15 livros que todo estudante deve ler antes de entrar na faculdade

Professores indicam leituras indispensáveis para qualquer área do conhecimento

  • Por EdiCase
  • 01/08/2023 14h30 - Atualizado em 01/08/2023 15h30
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Professores indicam títulos fundamentais para uma vida acadêmica mais produtiva Professores indicam títulos fundamentais para uma vida acadêmica mais produtiva Imagem: Jacob Lund | Shutterstock

Muito além dos livros exigidos nos vestibulares e no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), algumas obras são fundamentais para adquirir conhecimentos que serão úteis durante a vida acadêmica. Por isso, professores do Colégio Positivo selecionaram livros indispensáveis para todas as áreas do conhecimento – são obras que todos deveriam ler antes de entrar na universidade.

1. “O Discurso do Método”, de René Descartes (1637)

De acordo com a professora de Filosofia e Sociologia Mariana Rogeski Boá Marzola, essa é “uma obra do período moderno, na qual o autor, Descartes, apresenta o que seria um método seguro para a construção do conhecimento para a metodologia científica por meio da razão”.

Para ela, esse é um livro imprescindível para compreender a forma como as pessoas pensam e constroem conhecimento. “Essa é a obra que fundamenta a didática construída até os dias de hoje. Compreendendo o caminho que o conhecimento deve seguir, o estudante estará apto a iniciar pesquisas científicas com maior facilidade”, afirma.

Outro benefício é a possibilidade de se questionar sobre conhecimentos do senso comum que foram passados de geração para geração. “Tomamos muitos conhecimentos como verdade em vez de questioná-los. Essa percepção pode formar uma visão crítica acerca dos conhecimentos que consumimos”, esclarece Mariana.

2. “Como as Democracias Morrem”, de Daniel Ziblatt e Steven Levitsky (2018)

O livro “Como as Democracias Morrem” tem como objetivo falar sobre o processo histórico e social de construção da democracia e, para o professor de Geografia Eduardo Berkenbrock Lopes, ele vem “rompendo e criticando a visão utilitarista de mundo que embasou o surgimento e o fortalecimento de governos autocráticos e que flertam com o autoritarismo”.

O profissional ainda explica que um bom exemplo disso é a ascensão ao poder de políticos que, mesmo eleitos democraticamente, defendem discursos e praticam ações antidemocráticas as quais ferem os direitos fundamentais dos seres humanos. 

De acordo com Berkenbrock, a obra é importante porque, por meio dela, os estudantes podem compreender que a sociedade contemporânea é o resultado de relações de poder. Dessa forma, diz o professor, os alunos poderão “valorizar direitos historicamente adquiridos e compreender a importância de garantir direito de fala e representatividade às minorias, buscando justiça social”.

3. “O Teatro dos Vícios”, Emanuel de Araújo (1993)

“O Teatro dos Vícios” é a escolha do professor de História André Marcos. Ele conta que a obra “faz um estudo das práticas políticas e sociais no Período Colonial que perduram até a atualidade”. Assim, são páginas fundamentais para compreender algumas características que, tradicionalmente, formam o Brasil de hoje. Entre elas, estão o famoso “jeitinho brasileiro” e as práticas comuns à política do país.

“É claro que cada área de estudo tem seus próprios interesses, mas, de forma geral, é muito importante para os acadêmicos ter uma visão crítica dos processos políticos brasileiros”, defende.

4. “O Alienista”, de Machado de Assis (1882)

Um clássico que continua imprescindível. A professora de Redação Candice Almeida indica “O Alienista”, do autor brasileiro Machado de Assis, entre as obras que merecem a atenção de todos os estudantes que estão se preparando para iniciar a universidade.

“Além de ser um clássico de Machado – o que, por si só, já justifica a importância da leitura -, o livro traz uma reflexão bem atual sobre a loucura. Um médico que descobre que, no fundo, o louco é ele”, detalha. A especialista destaca que o título contribui para que os jovens desenvolvam a percepção do outro. 

Essa também é a indicação da professora de Oficina de Literatura e Redação do Colégio Passo Certo, Meridiana Aparecida Penga Gehlen. “Ler Machado é conhecer um pouco da rica literatura brasileira. ‘O alienista’ aborda o comportamento, as atitudes, os interesses, as relações sociais e o egoísmo humano”, completa.

Ilustração do escritor Machado de Assis
“Dom Casmurro” é um dos clássicos do escritor brasileiro Machado de Assis (Imagem: mark designers | Shutterstock)

5. “Dom Casmurro”, de Machado de Assis (1899)

O professor de Literatura e Arte Rodrigo Wieler selecionou outro clássico de Machado de Assis para a lista. Ele conta que “Dom Casmurro” é “um dos maiores mistérios das letras brasileiras, considerado por muitos – inclusive por mim – o maior livro de toda a nossa literatura”. Mas, para além da grandeza histórica da obra, ele destaca que “Dom Casmurro” pode ajudar a ampliar a capacidade de argumentação e o capital intelectual dos estudantes.

“Ler esse título permite conhecer a maior obra do maior escritor da literatura brasileira, estar a par das discussões que se fazem sobre o livro, formar uma opinião sólida a respeito da polêmica, inteirar-se sobre a sociedade brasileira do século XIX e vivenciar experiências de caráter humano, como o ciúme”, completa.

6. “A Semente da Vitória”, de Nuno Cobra (2001)

Obra destinada a orientações sobre uma vida mais saudável, “A Semente da Vitória” é outro título escrito por um autor brasileiro. A indicação é da professora de Educação Física Giselle Bailo Uflacker. “O livro é a base para qualquer conquista saudável na vida. Trata-se de um tratado para quem busca uma vida com significado, qualidade, sabedoria, maturidade e (re)conexão com a espiritualidade”, conta.

7. “Os Sertões”, de Euclides da Cunha (1902)

Em um celebrado encontro entre história, jornalismo e literatura, “Os Sertões” é outra figurinha carimbada em muitas listas de vestibulares, mas deveria ser leitura obrigatória para todos, não apenas estudantes. Ele foi o escolhido pelo professor de História Jakson Carlos Baniski. 

“É um livro do escritor e jornalista brasileiro Euclides da Cunha e foi publicado pela primeira vez em 1902. Esse é considerado o primeiro livro-reportagem do Brasil, e seu tema principal é a Guerra de Canudos, ocorrida no interior da Bahia, em 1897”, lembra. Para o professor, a obra traz uma melhor compreensão da história, sociologia, geografia, filosofia e literatura do Brasil, e também é indicada pelo professor de História do Colégio Passo Certo, Rafael Tavares. 

8. “Casa Grande e Senzala”, de Gilberto Freyre (1933)

“Casa Grande e Senzala” fala sobre a formação da sociedade brasileira e a famigerada “miscigenação” dos povos europeus, africanos e indígenas no país. É um clássico nacional. “O livro aborda, de certo modo, a importância do respeito, contribuindo na formação do caráter e ensinando a lidar com as diferenças”, comenta o professor de História Fernando Cavalcante de Oliveira.

9. “As Crônicas de Nárnia”, de C. S. Lewis (1950-1956)

“Essa é uma obra que percorre a fantasia. Em um mundo mágico, repleto de animais falantes e magia, a obra apresenta temas importantes para nossa construção social e pessoal”, diz o professor de Literatura do Colégio Vila Olímpia, de Florianópolis.

Além da linguagem simples e do enredo, ele destaca que as crônicas são capazes de tirar o leitor de sua zona de conforto. Também ressalta que, na universidade, os estudantes mergulham em textos acadêmicos e artigos científicos, mas que a fantasia também tem um importante papel para a formação pessoal.

10. “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis (1881)

Mais uma obra imperdível de Machado de Assis, “Memórias Póstumas de Brás Cubas” é a dica da professora de Redação do Colégio Semeador Denize Juliana Reis Cardoso. “Esse é o marco inicial do Realismo no Brasil e evidencia a genialidade de Machado de Assis ao retratar a história do defunto autor e todas as suas dúvidas e questões pessoais”, detalha. 

O livro começa com o narrador falando sobre sua própria morte e como ela o afetou nos atos que observa depois de morto. Ali estão questões culturais e sociais importantes, discussões filosóficas e um aparato do contexto histórico da época em que foi escrito.

“A partir da leitura desse livro, é possível construir um intelecto mais voltado ao debate, questionamento e aumento do senso crítico do leitor”, afirma Denize. A professora de Língua Portuguesa do Colégio Passo Certo, Karen Nakano, também recomenda a obra. “Esse livro resiste ao tempo e permanece vivo devido às questões sociais abordadas nele”, comenta.

Capa do livro "Vidas Secas"
Livro “Vidas Secas” (Imagem: Reprodução digital / Editora Record)

11. “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos (1938)

Um romance que permanece atual, quase 100 anos depois de sua primeira edição. Essa é a dica da coordenadora do Colégio Passo Certo, Liziane Paiz Petri. Ela explica que o livro faz uma reflexão acerca das condições diversas de vida de um povo que precisa mudar de cidade por uma questão de sobrevivência. “É um livro atemporal que revela parte da realidade do povo brasileiro, muitas vezes distante da história do aluno, mas fundamental para conhecimento do futuro profissional”, afirma.

12. “A Menina que Roubava Livros”, de Markus Zusak (2005)

Um livro sobre a importância da leitura. Para a professora de Português do Colégio Passo Certo, Karina Ody, essa é uma obra imperdível para qualquer estudante. O pano de fundo da história é a Segunda Guerra Mundial, quando uma jovem garota consegue sobreviver nos arredores de Munique por meio dos livros que rouba. Com a ajuda de seu pai adotivo, ela compartilha livros com os vizinhos, entre eles um homem judeu que vive escondido.

13. “Quarto de Despejo – Diário de Uma Favelada”, de Carolina Maria de Jesus (1960)

“Todos deveriam ler Carolina em algum momento da vida. A autora nos ajuda a entender o Brasil – o racismo, a desigualdade social, a fome. Ninguém sai o mesmo depois de ler ‘Quarto de Despejo’”, afirma a professora de Literatura Caroline Knüpfer. A obra, que é o diário real de uma mulher negra, favelada, mãe solo e catadora de materiais recicláveis, já vendeu milhões de cópias.

Carolina foi, por muito tempo, a autora negra que mais vendeu livros na história mundial. “Precisamos de profissionais que tenham empatia, não importa em qual área. Muitos universitários vivem desde sempre presos em sua bolha social. Ler o livro da Carolina ajuda a compreender melhor o país e as pessoas que nele moram”, defende a professora.

14. “Aprendendo Inteligência”, de Pierluigi Piazzi (2014)

A indicação da professora de Ciência Daiane Cristine Peternela Chimello é de uma obra para ajudar os estudantes a organizarem seus estudos. “Indicado para qualquer nível de escolaridade, esse livro demonstra como, com um pouco de esforço e dedicação, a tarefa de aprender com mais facilidade, apesar de aparentemente ousada, é possível”, destaca.

15. “Os Miseráveis”, de Victor Hugo (1862)

Escrita há 161 anos, “Os Miseráveis” é uma obra que ultrapassa a literatura. Já foi adaptada para o teatro, o cinema, a música e as artes plásticas. Sua importância histórica e social continua sendo incontestável. O livro é a dica da professora de Língua Portuguesa Kalen Franciele Piano. “‘Os Miseráveis’ traz uma mensagem social e emocional e é fundamental para aprendermos a nos portar perante a sociedade. O livro é uma lição sobre o quanto devemos ser honestos, íntegros e empáticos”, diz.

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