5 tipos de dores abdominais e as suas causas
Especialista ensina como identificar e diferenciar cada uma das dores na região da barriga
As dores abdominais são um sintoma comum e pode afetar pessoas de todas as idades. Essa sensação costuma ser bastante incômoda e pode gerar preocupação conforme a sua intensidade ou persistência. Elas podem ser causadas por diversas condições, desde problemas simples até situações mais graves que exigem atenção imediata.
Nesse sentido, é importante estar atento aos sinais do corpo, bem como procurar a ajuda de um especialista. Pensando nisso, o cirurgião do aparelho digestivo Dr. Rodrigo Barbosa explica quais são os tipos de dores abdominais e como identificar cada uma delas.
1. Dor superior
Conhecida popularmente como dor na boca do estômago, já que o órgão está localizado na região de cima da barriga. As causas podem estar ligadas à digestão, por conta de má alimentação, ao consumo de alimentos industrializados, gorduras e frituras, assim como à forma de comer com ingestão de líquidos junto às refeições ou comer e se deitar logo em seguida.
Entre as doenças que podem estar relacionadas com essa dor, estão refluxo, gastrite, duodenite, pedra na vesícula ou alteração no pâncreas se vier acompanhada de vômito. Existe, ainda, a dor epigástrica que é a de origem cardíaca e que precisa de atenção. Essa pode até irradiar para a região das costas e para o peito. Por isso, aquele que apresenta tal problema deve realizar endoscopia e ultrassom de abdômen para identificar exatamente a origem da dor e tratar adequadamente.
2. Dores na região inferior do abdômen
Nas mulheres, podem ser provenientes do ciclo reprodutivo e de dores ginecológicas. Se houver mudança na coloração da urina, mau odor e saída de pus pelo xixi, podem estar ligadas à infecção urinária. É preciso fazer exame clínico e ultrassom.
Se forem cólicas gastrointestinais acompanhadas de aperto na barriga ou diarreia, pode até ser necessário colonoscopia para a devida avaliação. Se houver, ainda, histórico de câncer na família, esse exame deve ser feito com uma certa recorrência. Se a dor em mulheres for cíclica e acompanhada dos ciclos menstruais, mesmo que seja combinada por diarreia, pode ser normal do ciclo hormonal, mas precisa ser investigada.
3. Dor no lado direito da barriga
Nesta região, há vários órgãos como fígado, vesícula, intestino grosso, apêndice, rim, entre outros. Se for uma dor proveniente da vesícula, costuma começar na parte de cima direita e acontecer depois da ingestão de algum alimento com muita gordura, causando diarreia.
4. Dor na região central da barriga
A região central é muito inespecífica: basicamente, ficam o intestino delgado e o umbigo – e, ali, há uma alta incidência de hérnia umbilical. Essa dor pode ser dor crônica e causar aperto ou pontada, que pode prender o intestino e, neste caso, é necessário cirurgia.
Incômodos nesta região podem ser ainda pancreatite ou infecção intestinal; é preciso fazer exame físico para identificar. Se causar estufamento, arrotos e migração da dor pela barriga toda ou sangue nas fezes, pode ser até uma síndrome.
5. Dor no lado esquerdo da barriga
Do lado esquerdo, ficam localizados o baço, o intestino, o rim e outros órgãos. Se a dor vier nessa região, pode ser alguma questão no baço, mas são casos mais raros. Pode ser uma dor renal, que aparece em pontadas que se espalham na coluna e implica dores fortes com as quais o paciente sente necessidade de ficar na posição curvada. Se houver xixi na cor avermelhada, é preciso buscar ajuda rápida no pronto-socorro.
Se essa dor for da região do intestino, é porque pode haver alguma inflamação que precisa ser identificada. Pode aparecer em diarreia persistente ou prisão de ventre. É preciso fazer o exame de colonoscopia. Agora, se a dor vier da região de cima e se migrar para baixo, causar falta de apetite, febre e mal-estar geral, pode ser apêndice inflamado.
Em mulheres, os ovários podem causar dores contínuas que se agravam em períodos menstruais, o que pode ser endometriose. É preciso fazer ultrassom transvaginal e abdominal para compreender a doença exata.
Por Mayra Barreto Cinel
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