8 questões respondidas sobre cirurgias plásticas
Cirurgiã plástica esclarece as principais dúvidas sobre procedimentos estéticos
À medida que os procedimentos estéticos, tanto os minimamente invasivos quanto os cirúrgicos, ganham popularidade, é comum que muitas pessoas tenham perguntas sobre idade adequada, resultados esperados e momento ideal para buscar tratamentos estéticos. Com base nisso, a Dra. Beatriz Lassance, cirurgiã plástica e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, esclarece as principais dúvidas sobre o assunto. Confira!
1. Quanto mais cedo fizer o procedimento, mais satisfatórios serão os resultados?
Segundo a cirurgiã plástica Dra. Beatriz Lassance, o que importa mais são a indicação e o momento em que o paciente se sente incomodado com os sinais da idade ou alguma alteração. “Quanto mais envelhecemos, maiores terão de ser as intervenções para chegar a resultados satisfatórios. Resultados esses que, na maioria das vezes, não serão tão bons quanto se o procedimento tivesse sido realizado antes”, diz a médica.
2. Há idade mínima para fazer um procedimento estético?
Com relação à idade, depende do tipo de procedimento feito. Por exemplo, a otoplastia, cirurgia da “orelha de abano”, pode ser realizada a partir dos seis anos, quando o crescimento do pavilhão auditivo é completo.
“Com relação aos outros procedimentos, é sempre importante ver a indicação e o que incomoda o paciente. Alguns pacientes podem fazer aplicação de toxina botulínica para tratar o suor excessivo aos 18 anos, enquanto, para tratamento facial, o ideal é esperar mais, a partir da terceira década”, diz a cirurgiã plástica.
3. Como escolher o médico ideal para fazer um procedimento estético?
Para evitar complicações e riscos à saúde, é fundamental que você se certifique de que o procedimento será realizado por um profissional especializado, que deve possuir habilitação em cirurgia plástica e credenciais para execução segura do procedimento. Para ter certeza disso, uma boa dica é visitar o site da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).
“Lá é possível pesquisar o nome do médico que realizará o procedimento e verificar se ele está devidamente credenciado junto à instituição. Além disso, vale a pena também procurar por outras pessoas que já tenham passado por procedimentos com o seu médico e verificar qual foi a experiência delas”, recomenda a Dra. Beatriz.
4. O procedimento pode ser refeito se o paciente não gostar do resultado?
Depende do caso, mas o recomendado é sempre agir com cautela e conversar com o paciente, pois é impossível reverter, de uma única vez, todos os danos do envelhecimento causados ao longo de anos. O médico pode sugerir a combinação de diferentes procedimentos que, realizados em uma determinada sequência e ao longo de um certo tempo, potencializarão os resultados esperados.
5. O médico deve ser sincero com o paciente sobre os possíveis resultados?
Com certeza! Ao contrário do que muitos pensam, os procedimentos cirúrgicos, independentemente de sua finalidade, não são nada simples. Por isso, antes de toda e qualquer cirurgia plástica, e até mesmo de procedimentos estéticos menos invasivos, é fundamental que você aproveite as consultas para esclarecer todas as suas dúvidas – e cabe ao médico tirá-las. Pergunte sobre o tipo de anestesia, o tempo da cirurgia, se é necessário internação, como será o pós-operatório, quais são os riscos do procedimento, como serão as cicatrizes e quais os resultados esperados.
“Além disso, comunique seu médico sobre qualquer tipo de alergias ou doenças que você tenha e medicamentos que você use. Porém, é importante também que você escute seu médico, já que apenas ele poderá fazer uma avaliação e dizer se o procedimento que você deseja realizar é realmente o mais adequado para o seu caso. Caso contrário, ele poderá oferecer alternativas ao tratamento”, explica.
6. Problemas emocionais também podem impactar na cirurgia?
Considerando que toda cirurgia é um trauma, alguns hormônios também são liberados, como cortisol e adrenalina, e outros têm sua produção diminuída, como serotonina. Mesmo com anestesia e em ambiente seguro, nosso DNA, que foi criado há mais de 5 milhões de anos a.C, entende que o corpo está sendo atacado e, por isso, deve nos defender lutando ou fugindo e manda o organismo se preparar para isso liberando hormônios.
Já no período posterior ao trauma, o organismo precisa refazer o tecido afetado e repor toda a energia e reserva que foram gastas, logo outros hormônios são liberados. Interpretamos estes sinais com sensação de tristeza, ansiedade e até depressão, comuns no período perioperatório. Se o paciente já entra em cirurgia com esse mecanismo alterado, tudo será mais difícil ainda na recuperação.
“Problemas emocionais podem impactar a cirurgia plástica desde a primeira consulta! Muitas vezes, pacientes me procuram para fazer plástica por problemas emocionais, e não físicos; é muito fácil atribuir uma insatisfação pessoal com a vida, casamento, trabalho a alguma imperfeição física como mamas, nariz, rugas. A consulta é muito importante para realmente entender aquilo que o paciente está procurando”, esclarece a cirurgiã plástica.
7. Existe estação do ano ideal para fazer cirurgia plástica?
A melhor época é quando o paciente consegue organizar a vida para o período pós-operatório. No período pós-operatório da maioria das cirurgias plásticas, não é recomendado fazer esforços, dirigir, tomar sol. Um resguardo é sempre necessário. Ideal escolher um período tranquilo. O inverno é bom para cirurgias, pois a exposição ao sol é menor, é menos calor, o que facilita o uso de cintas pós-operatórias, e é um período de férias escolares.
8. Os resultados de uma cirurgia estética duram para sempre?
Não. A cada minuto, estamos envelhecendo. A cirurgia plástica não rejuvenesce, não consegue devolver o rosto de 30 anos à paciente que hoje tem 60. Se tentar vai errar, vai transformá-la em alguém diferente, plástico, não tão humano, como vemos em revistas de celebridades. “As técnicas cirúrgicas evoluem cada vez mais buscando aspecto natural da face. Paciente bem-operada não parece ter feito cirurgia, parece mais descansada, mais feliz”, finaliza a médica.
Por Guilherme Zanette
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