Curaçao: conheça a ilha caribenha de sotaque holandês
Confira opções de lazer, gastronomia e turismo em um dos melhores lugares para mergulho no mundo
Curaçao é uma ilha paradisíaca que conquista pela diversidade cultural, artística e por toda a beleza das praias e do seu interior. Com uma população de 160 mil habitantes, a Ilha caribenha de sotaque holandês tem características únicas. É colorida, tem boa segurança, é limpa e oferece recantos surpreendentes. Até o ano de 2010 pertencia às extintas Antilhas Holandesas. Atualmente, é um país independente constituinte do Reino dos Países Baixos.
O local é realmente um paraíso. São 34 praias de águas cristalinas com um céu azul estonteante e areia branquinha. Elas se dividem em duas modalidades: públicas e privadas. Se você gosta de uma aventura no mar, os passeios de barco também são uma excelente opção. Várias empresas oferecem o serviço que inclui alimentação e bebidas, além de paradas em lugares estratégicos para ver o destino de um ângulo privilegiado.
A história da ilha de Curaçao
Influência holandesa
A influência holandesa de Curaçao é tão onipresente como os edifícios de séculos coloniais. Desde o momento em que primeiro se estabeleceram como classe dominante da ilha, os holandeses tiveram um impacto importante em despertar o interesse de Curaçao para o resto do mundo. O sistema jurídico, educacional e político são holandeses. É a língua ensinada nas escolas e é o idioma do governo e dos negócios.
Os nomes dados inicialmente à ilha (1501), Curasorbo e Curasoto, significavam “trago de bebida para cura” e “matagal de cura”, respectivamente. Assim se entende a palavra Curaçao, como arte de curar. A história também conta que a abundância de laranjas da ilha curava os navegadores do escorbuto, doença muito comum entre eles devido à falta de vitamina C em sua alimentação.
E foi usando as laranjas da terra, e o cravo e a canela do Oriente, que se iniciou a produção do famoso Curaçao Blue. Landhuis Chobolobo é um casarão do século XIX que abriga essa história. Localizado no bairro de Saliña é a sede da destilaria que produz a bebida que leva o nome de Curaçao ao mundo. Lá o turista poderá encontrar uma loja que comercializa mais de 80 itens.
Primeiros habitantes da ilha
Os registros históricos e arqueológicos indicam o povo Caiquetio, da família linguística Arawak, como primeiros habitantes da ilha. A chegada dos primeiros exploradores europeus ocorreu em 1499, quando uma expedição espanhola descobriu a ilha durante a viagem de exploração da costa norte da América do Sul.
O domínio espanhol manteve-se durante todo o século XVI. Os espanhóis escravizaram a maior parte da população indígena e, à força, realocaram os sobreviventes para outras colônias, como a ilha Hispaniola, onde os trabalhadores eram necessários. Portugueses, ingleses, franceses e holandeses navegaram pela região aproveitando o relativo desinteresse espanhol pelas ilhas. De fato, a ilha foi abandonada progressivamente, à medida que avançava a colonização do continente.
Comunidade judaica mais antiga das américas
Curaçao tornou-se um importante entreposto comercial do Caribe, responsável pela distribuição de africanos escravizados na região, e marcou o início da cultura açucareira, a exemplo do que os holandeses tentaram fazer na colônia de Recife. Porém, com a expulsão dos holandeses de Pernambuco, em 1654, os judeus expulsos tomaram o rumo de Curaçao, e estes também contribuíram para a formação da comunidade judaica mais antiga das Américas.
Curaçao tornou-se com o tempo um refúgio para judeus que não podiam praticar sua religião nas colônias católicas em plena época da Inquisição. A comunidade judaica de Curaçao teve um extraordinário impacto na economia da ilha, na política e na cultura. Este rico legado é comemorado em Sinagoga Mikvé Israel-Emanuel (Snoa), a mais antiga sinagoga em uso contínuo em todas as Américas.
Língua oficial
Situada a apenas 70 km de distância do norte da Venezuela, entre Aruba e Bonaire, sua língua oficial é o holandês, porém, os moradores falam três outros idiomas: espanhol, inglês e o papiamento, um dialeto local. Porém, não é raro encontrar pessoas que falem o português.
Melhor época para visitar
A ilha caribenha possui clima agradável o ano todo e o mais importante: está fora da rota dos furacões. É como se fosse verão o ano inteiro, por isso qualquer época é favorável para conhecer Curaçao, que possui uma longa estação seca entre janeiro a setembro. Já o período de chuvas é bem curto, vai de outubro a dezembro.
Como chegar
- Latam
- Avianca
- Copa Airlines
Turismo em Curaçao
Capital de Willemstad
A capital, Willemstad, está dividida em Otrobanda e Punda. A ligação entre as duas partes é feita por uma ponte flutuante, que pode se movimentar quando há necessidade de alguma embarcação passar pelo canal. A história está presente em cada cantinho do destino, já que os fortes usados para proteger a região contra invasões hoje são centros comerciais que agregam lojas e restaurantes. Andar por Punda pode ser uma experiência incrível, especialmente, porque lembra muito a Holanda devido à sua arquitetura que conta com o charme das paredes e construções coloridas.
Sea Aquarium
Na ilha uma das atividades mais interessantes é visitar o Sea Aquarium, onde se pode participar da experiência única de nadar com um golfinho. Há toda uma preparação para isso, com o treinador ensinando todas as dicas para lidar com esses dóceis animais marinhos. Esse passeio pode ser realmente emocionante.
As paisagens naturais também são maravilhosas. Há todo um litoral povoado de hotéis resort que oferecem à vista o deslumbre do verde mar do Caribe. Um verdadeiro caldeirão cultural se formou graças à história de Curaçao.
Museus para conhecer a cultura de Curaçao
O país conta com mais de 50 etnias em seu território e tem a maioria de seus habitantes com origens africana e europeia. Entre os moradores, a ilha é carinhosamente apelidada de “dushi korsou”, que significa “Curaçao sweet”. A riqueza cultural é tão grande que a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) incluiu Willemstad, capital da ilha, na lista de Patrimônios Mundiais, em 1997.
Ao todo, são 15 museus que registram a cultura local. Entre os destaques estão os seguintes museus:
Museu de Curaçao
O Curaçao Museu que fica em Otrabanda tem preservado seu estilo colonial e apresenta peças indígenas pré-colombianas, mapas detalhados do Caribe, mobiliários e registros importantes da presença africana na ilha.
Museu de Fort Church
O Museu Fort Church é uma fortificação datada de 1635, que defendeu por décadas as invasões. Lá está a igreja Fort de 1769.
Galeria Ritz
Quem admira artes pode visitar a Galeria Ritz. O espaço, que foi sede de uma famosa sorveteria por 70 anos, hoje abriga uma galeria de arte e um hotel com ótimas exposições.
Kura Holanda
Outro local importante é o Kura Holanda, lugar onde antes funcionou o primeiro hospital para escravos trazidos da África.
Lojas e centros comerciais
Nas proximidades do porto, área ideal para fazer compras, frequentar bares ou restaurantes, as paisagens urbanas são sempre belas: para onde se aponta a câmera do celular, sem dúvida o cenário é belíssimo. As compras podem ser realizadas diariamente. Geralmente as lojas estão abertas de segunda a sábado, das 8h30 às 12h e das 14h às 18h. A maioria delas aceita dólares e cartões de crédito internacionais.
Os vendedores são gentis e atenciosos e falam entre inglês, espanhol, holandês e papiamento, portanto não há dificuldade para se comunicar. Em Punda, há inúmeras lojas que oferecem tudo, desde roupas, perfumes, joias e lembranças. A rua comercial mais importante de Otrabanda – o Breedestraat / Roodeweg – é bastante lotada nas manhãs de sábado.
Nos arredores de Willemstad, existem alguns centros comerciais elegantes como Bloempot Shopping Center, Galerias Salina, Shopping Avenida Center, Zuikertuin e Winkelcentrum 77 no Jan Noorduynweg. Já o Duty Free é uma área cercada de 57 hectares e está localizado junto ao Aeroporto Internacional Hato, a 11 quilômetros da capital. No mercado flutuante é possível encontrar peixes frescos, frutas e verduras frescas ainda comercializadas pelos barcos da Venezuela.
Parque Nacional Sete Bokas
Quem desejar explorar mais o interior do país deve visitar o Parque Nacional Sete Bokas, que desde 1994 ocupa uma área com 200 hectares na costa norte. Tem 10 pequenas praias onde as tartarugas se reproduzem. Bem na entrada fica a Boka Tabla em que as ondas do mar encontram a entrada de uma enorme caverna. Há também duas trilhas para serem exploradas: Boka Pistol e Boka Wandomi.
Parque Nacional de Christofeel
Já o Parque Nacional Christofeel, no extremo noroeste de Curaçao, tem grande fauna e flora e oferece passeio guiado que pode ser feito de bicicleta, carro, a cavalo ou de jipe para explorar um complexo de minas e subir ao ponto mais alto da ilha, o Monte Cristoffel.
Ilhota de Klein Curaçao
Um dos passeios que recomendamos é até a pequena e remota ilhota de Klein Curaçao, que fica a 1h40 de barco partindo da capital do país. É um verdadeiro paraíso perdido no Caribe. O passeio inclui Open Bar, petiscos, frutas, equipamentos para mergulho e um completíssimo buffet. Existem mais de 4 empresas que operam esse roteiro, mas indicamos a Bluefinn Charters. Dá até pra ver os golfinhos acompanhando o barco.
A ilha é fantástica e bem pequena. O maior espetáculo é o maravilhoso degradê de azuis que vão do royal ao piscina, sem falar na areia que mais parece açúcar. Em Klein Curaçao existe um farol e um navio naufragado, cenários perfeitos para ótimas fotografias e a possibilidade de ver muitas tartarugas nadando livremente, além de uma quantidade e variedade enorme de peixes coloridos e de diversos tamanhos.
5 praias para conhecer em Curaçao
As praias de Curaçao são o cartão-postal do país. Mesmo que existam muitas opções de passeios, elas são as verdadeiras protagonistas. Com águas tão azuis e um clima que parece abraçar a todos, não havia como ser diferente. São nada menos que 34 praias, mais de uma por dia do mês. Entre públicas e privadas, elas atendem a todos os gostos e muitas delas são verdadeiras piscinas.
1. Playa Kalki (pública)
Também conhecida como “Alice no país das maravilhas”, a praia é a queridinha dos mergulhadores. Kalki significa calcário e o nome se refere aos corais do mar, abundantes no local. A praia tem muitas pedrinhas e, por isso, é recomendável usar uma sapatilha.
2. Groot Knip (pública)
Entre as praias públicas, esta figura entre as mais bonitas e procuradas. Há um mirante que oferece a vista ideal de toda a praia e garante fotos ótimas. As ondas amenas e águas na temperatura ideal fazem com que qualquer um queira ficar ali para sempre.
3. Playa Fortil (pública)
Pouco frequentada por turistas, a praia Fortil é ideal para quem deseja um passeio mais tranquilo. A faixa de areia é pequena e a praia fica ainda mais interessante vista de cima.
4. Klein Knip (pública)
Praia tranquila e isolada, é recomendada para quem busca os grandes resorts. As águas de Klein Knip parecem ter 50 tons de turquesa. A beleza do local é realmente de tirar o fôlego.
5. Playa Jeremi (pública)
Se for viajar com crianças, essa praia é ideal. Pequena e com águas tranquilas, possui um mirante de madeira. Há cadeiras para alugar e uma pousada com restaurante próxima à faixa de areia.
Locais para se hospedar
- Hilton Curaçao – é um empreendimento mais sofisticado
- Brion Hotel – serve para quem deseja uma hospedagem mais tranquila e fica simplesmente na cara do gol, bem no centrinho agitado e colorido da cidade, com fácil acesso a museus, lojas comerciais e restaurantes para todos os gostos e bolsos.
Gastronomia de Curaçao
Curaçao também encanta o paladar. A gastronomia apresenta uma mescla multicultural com influências europeias, africanas e até asiáticas. Por isso, oferece uma grande seleção de restaurantes saborosos. Como é de se esperar, eles apresentam uma grande variedade internacional, bem como a cozinha local, como o BlackJack Bar Curaçao e o Noir Coquetel Bar. Outro bom restaurante é o Blue Wiew Sunsut Terrace, especializado em frutos do mar. Peça o camarão da casa e para fechar o Zest Curaçao, um dos mais assertivos da nossa escolha.
Por Cláudio Lacerda Oliva – revista Qual Viagem
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