Entenda o que é a FeLV e como ela afeta a saúde do gato
A leucemia felina é uma doença sem cura e que afeta o sistema imunológico do animal
A leucemia felina, também conhecida como FeLV, é uma doença causada por um retrovírus e que atinge apenas os gatos – não é transmissível para humanos ou para outras espécies. Altamente contagiosa, ele afeta o sistema imunológico do animal, tornando-o vulnerável a outras doenças e infecções. “Mesmo com o nome de leucemia, o vírus também predispõe a anemia e linfoma, outro tipo de neoplasia”, acrescenta Mariana Paraventi, veterinária e supervisora técnica da Petland&Co e Dra. Mei.
Sintomas da FeLV
De acordo com Mariana Paraventi, gatos com FeLV podem apresentar os seguintes sintomas:
- Perda de apetite e/ou peso;
- Mucosas pálidas (anemia) ou amareladas (icterícia);
- Linfonodos (gânglios) aumentados;
- Fraqueza;
- Gengivite e estomatites (inflamações intensas na boca);
- Febre;
- Apatia, sem vontade de brincar;
- Problemas respiratórios;
- Secreção ocular e nasal;
- Cansaço excessivo;
- Diarreia e vômito;
- Feridas na pele que demoram para cicatrizar;
- Pelos sem brilho e quebradiços.
“Assim, ao identificar algum desses sintomas, o tutor deve procurar um veterinário para identificar o que pode estar acontecendo e fazer o diagnóstico precocemente”, recomenda a veterinária. Além disso, por vezes, alguns pets podem ser assintomáticos, isto é, não apresentar sintomas aparentes, o que aumenta a chance de transmissão para outros gatos e dificulta o diagnóstico.
Como identificar a FeLV
A FeLV pode ser identificada por meio de exames realizados por um veterinário. “Um deles é o teste rápido, que informa o resultado em poucos minutos. Porém, esse teste pode informar um falso negativo e, nesse caso, para confirmar pode-se realizar o PCR após 30 dias para a confirmação do resultado”, explica Mariana Paraventi.
Formas de transmissão da FeLV
A FeLV é transmitida por meio do contato direto com um gato infectado, principalmente por meio da saliva, mas o contágio também pode acontecer por urina, fezes e sangue. “Isso torna situações como brigas, mordidas, arranhaduras, partilha de comedouros e lambeduras um risco na transmissão da doença”, alerta a veterinária. Ainda segundo ela, os filhotes de gatos também podem se infectar por meio da placenta da mãe infectada, bem como pela ingestão do leite.
Tratamento para a leucemia felina
A FeLV é uma doença que não tem cura. No entanto, existem maneiras de gerenciar a doença e prolongar a vida do gato. “Ainda que não existam no mercado antivirais específicos, existem alguns que podem ser utilizados. Além disso, o tratamento sintomático vai depender dos sintomas e doenças concomitantes, e suporte imunológico podem ser feitos para garantir uma melhor defesa do organismo do felino contra outras doenças”, afirma a supervisora técnica da Petland&Co e Dra. Mei.
Cuidados importantes com gatos portadores da FeLV
Após o diagnóstico da FeLV, alguns cuidados devem ser tomados a fim de garantir a saúde e bem-estar do animal infectado, evitando que doenças oportunistas se desenvolvam. “Mesmo em tratamento, é importante lembrar que a FeLV não tem cura, então deve-se tomar cuidado com situações que baixem ainda mais a imunidade deles, como o estresse”, explica Mariana Paraventi. Além disso, a visita periódica ao veterinário é de extrema importância.
Expectativa de vida de um gato com FeLV
Os sintomas da FeLV podem ser tratados para melhorar a qualidade de vida do animal. “Determinar a expectativa de vida de um felino com FeLV é muito incerto, já que a doença pode variar sua gravidade de acordo com outras enfermidades associadas ou como o próprio organismo do pet pode reagir à infecção”, afirma Mariana Paraventi, que acrescenta: “Alguns estudos apontaram que pacientes infectados e sem sintomas podem permanecer assim por anos, mas a sobrevida média costuma ser de 3 anos.”
Como evitar a contaminação
Devido às complicações causadas pela leucemia felina, as medidas de prevenção são fundamentais. “Uma delas é garantir que o pet não saia de casa, o que diminui consideravelmente a chance de infecção”, explica Mariana Paraventi. Segundo ela, uma forma de fazer isso é por meio da castração, pois reduz os riscos de transmissão para outros pets.
As visitas periódicas ao veterinário para realização de check-ups e vacinação contra FeLV, presente na vacina quíntupla, também é outra forma de prevenir a doença. “No caso de ambientes com gatinhos positivos e negativos, o isolamento e cuidado com objetos devem ocorrer diariamente”, acrescenta Mariana Paraventi.
Realizar o teste para diagnosticar a FeLV em novos gatos, antes de incluí-los no mesmo ambiente que outros felinos, também é importante para evitar a contaminação. Caso haja suspeita, e até que o resultado definitivo do exame saia, é importante manter o pet isolado. “Por isso, devem ser separados e identificados objetos como comedouros e bebedouros, caixas de areia, brinquedos, caixas de transporte, entre outros”, ressalta a veterinária.
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