Ovodoação: veja quando é indicada essa técnica de reprodução assistida
Especialista explica como esse método pode realizar o sonho de algumas mulheres de serem mães
Gerar um bebê está entre um dos sonhos de algumas mulheres, no entanto, essa possibilidade pode não ser tão simples, considerando o fator idade, produção de hormônios e menopausa. Nestes casos, os tratamentos alternativos podem ser uma opção, pois a reprodução assistida evoluiu muito, possibilitando a oportunidade de maternar de diversas formas, sendo uma delas por meio da ovodoação.
A técnica, também conhecida como ‘doação de óvulos’, voltou aos holofotes ao ser utilizada pela atriz Viviane Araújo, mas tem gerado dúvidas entre o público que ainda pouco conhece o assunto. Pensando nisso, o mestre em medicina reprodutiva Dr. Matheus Roque, da Mater Prime em São Paulo, esclarece como funciona o procedimento e como ele pode ser um suporte para as mulheres que desejam ser mães. Veja!
O que é a ovodoação?
De acordo com o Dr. Matheus Roque, a ovodoação é um procedimento no qual a fertilização não é realizada com os óvulos da própria paciente, mas com a utilização de óvulos doados anonimamente ou por uma parente de até 4º grau.
“A ovodoação muitas vezes não é o plano inicial da maioria das mulheres nem a fertilização in vitro. […] Porém, em 15-20% dos casais, a gestação não virá de maneira natural após 1 ano de tentativas e este casal será diagnosticado com infertilidade. Diagnóstico este muitas vezes frustrante por não conseguir realizar o seu desejo da gestação de forma natural. Parte destas pacientes precisarão recorrer às técnicas de Reprodução Assistida, entre elas, a ovodoação”, afirma o médico.
Situações em que o tratamento é indicado
Segundo o especialista, a indicação do tratamento de fertilização in vitro com a utilização dos óvulos doados pode ser utilizada em duas situações: a primeira é quando a paciente tem uma baixa reserva ovariana ou já entrou na menopausa, não tendo quantidade de óvulos suficientes para a realização do tratamento; a segunda é relacionada à idade reprodutiva avançada, que piora a qualidade dos óvulos e diminui as chances de ter o bebê utilizando os próprios óvulos.
“O fato de uma mulher não menstruar mais não quer dizer que ela não possa gerar um bebê. O útero dela funciona normalmente e, com medicações, a gente consegue preparar o útero dela para uma gravidez. A menopausa significa que o estoque de óvulos dessa mulher chegou a um certo limite, de maneira que dificilmente seria possível fazer uma estimulação ovariana”, explica o Dr. Matheus Roque.
Fatores que tornam o método eficaz
As taxas de sucesso da ovodoação são altas e isso também se deve ao fato de que, na maioria das vezes, as doadoras de óvulos possuem em média abaixo de 30 anos. Nas normas do Conselho Federal de Medicina (CFM), é permitido que mulheres até os 37 anos possam doar.
O Dr. Matheus Roque ressalta que para o sucesso desse tratamento é mais importante a idade da doadora do que de quem vai receber os óvulos. “As transferências com embriões em estágio blastocisto [quando o embrião chega ao estágio adequado para gestação] em casos de doações de óvulos podem chegar a 70-72% de sucesso. Estes são resultados maravilhosos!”, afirma o profissional.
Considerações antes do procedimento
Segundo o médico, é fundamental que a mulher esteja bem com a própria decisão antes do procedimento, já que muitas apresentam um sentimento de culpa ou de que o filho não será seu completamente por não poder gerá-lo com seu próprio óvulo. “[…] Ele será gerado em seu útero, dessa forma será daquela mãe de qualquer forma. Ela passará por todo o processo da gestação, a criança também terá a sua influência”, afirma o Dr. Matheus Roque.
Consulte um especialista
É recomendado que a mulher que pensa em passar por esse procedimento procure um médico de reprodução humana e possa contar com uma boa rede de apoio, o que inclui companheiro(a), amigos e familiares.
“O tratamento potencializa as diversas possibilidades geradas ao passar dos anos de trazer uma vida ao mundo e, mais importante do que isso, é o amor e o carinho que o bebê receberá desde a implantação dos óvulos fertilizados no útero”, conclui o médico.
Por Carolina Ribeiro
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