Pedra na vesícula: entenda as causas, os sintomas e veja como tratar

Médico explica como é realizado o diagnóstico e ensina hábitos que ajudam a prevenir a doença

  • Por EdiCase
  • 29/03/2023 16h00
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Pedra na vesícula, quando não tratada, pode trazer complicações graves Pedra na vesícula, quando não tratada, pode trazer complicações graves Imagem: Buravleva stock | Shutterstock

Popularmente conhecida como “pedra na vesícula”, a colelitíase é uma doença caracterizada pelo acúmulo de cálculos biliares (pedras) na vesícula biliar, órgão localizado abaixo do lado direito do fígado. Este, por sua vez, é responsável pelo armazenamento de bile, líquido utilizado na digestão de alimentos e gorduras que, em contato com outras substâncias, se solidifica.

A doença, geralmente, apresenta-se em pessoas acima de 50 anos e, quando não tratada, pode trazer complicações graves ao corpo. Por isso, o Dr. Ernesto Alarcon, médico cirurgião geral e especialista em videolaparoscopia, explica quais são as causas, os sintomas e como tratar o problema. Veja!

Causas da pedra na vesícula

Segundo o Dr. Ernesto Alarcon, um dos principais fatores responsáveis pela alteração na produção de bile é o colesterol. Porém, existem outros casos que também podem aumentar as chances de o paciente desenvolver o problema, como:

  • Doenças hematológicas (como anemia falciforme);
  • Dieta rica em gorduras saturadas e carboidratos;
  • Obesidade;
  • Gestação;
  • Diabetes;
  • Pressão alta;
  • Predisposição genética;
  • Elevado nível de estrogênio;
  • Sedentarismo.

Sintomas da doença

Em alguns casos, a pedra na vesícula pode ser assintomática, o que, por vezes, afeta o tratamento0. Contudo, em outros, alguns sinais podem ser apresentados, e o paciente deve estar atento. “Nos casos sintomáticos, o principal sintoma é a cólica biliar (dor bastante intensa, na região do epigástrio ou quadrante superior direito do abdômen). Pode estar associado a vômitos, febre e até icterícia (coloração amarelada na pele), em casos mais intensos ou com complicações”, diz o médico cirurgião.

Diagnóstico

Após identificar alguns dos sintomas da doença, o mais indicado é buscar ajuda de um profissional para fazer os exames e obter um diagnóstico preciso. “O diagnóstico é suspeitado através do histórico clínico e confirmado através de exames de imagem, que pode ser o ultrassom (um dos mais comuns), ressonância ou tomografia de abdômen”, explica o Dr. Ernesto Alarcon.

Conforme afirma o Dr. o Ernesto Alarcon, após o diagnóstico, o recomendado é realizar o tratamento o quanto antes. Assim, o paciente evita complicações graves, a exemplo de:

  • Colecistite aguda (inflamação aguda na vesícula biliar);
  • Pancreatite (inflamação no pâncreas);
  • Colestase (interrupção do fluxo dos canais biliares);
  • Íleo obstrutivo (obstrução intestinal por grande cálculo);
  • Sepse (infecção generalizada na corrente sanguínea);
  • Peritonite (infecção do tecido que reveste a parede interna do abdômen).
Tratamento para pedra na vesícula pode ser feito via medicamento ou cirurgia (Imagem: T. L. Furrer | Shutterstock)

Tratamento

O tratamento deve ser indicado de acordo com o caso de cada paciente, pois, se a pedra for pequena, o profissional pode recomendar o uso de medicamentos para removê-la. Em contrapartida, pacientes com pedras maiores, geralmente, são submetidos à cirurgia.

“A cirurgia consiste na retirada da vesícula biliar e, atualmente, é feita preferencialmente pela via laparoscópica (cirurgia com a realização de 3 a 6 furinhos por onde entra uma microcâmera na região a ser operada). Mas também pode ser realizada através de técnica convencional ou robótica”, relata o médico cirurgião.

Casos em que a cirurgia é indicada

Segundo informações do Ministério da Saúde, a cirurgia, normalmente, tem recuperação rápida e apresenta baixo risco de complicação. O procedimento, conforme explica o Dr. Ernesto Alarcon, costuma ser indicado nos seguintes casos:

  • Pacientes sintomáticos;
  • Vesícula biliar em porcelana (com a parede vesicular calcificada);
  • Crianças pequenas com colelitíase (pela dificuldade em identificar a crise de dor);
  • Paraplégicos com lesão medular;
  • Diabéticos;
  • Pessoas assintomáticos que compartilham do risco cirúrgico a fim de evitar as complicações.

“Após a cirurgia, são recomendados repouso, restrição de esforço e dieta pobre em gorduras e condimentos no período inicial de pós-operatório. Geralmente, após os primeiros 15 dias nas cirurgias realizadas por laparoscopia, os pacientes retornam à vida normal, com restrição apenas para esforços físicos”, diz o especialista.

Formas de prevenção

Visando evitar o problema, o médico explica que é preciso investir em uma alimentação saudável, evitando o consumo de alimentos gordurosos e embutidos. Como exemplo do que precisa ser evitado, temos presunto, salsicha, mortadela, peixes gordurosos, oleaginosas e alimentos industrializados.

“A dica é sempre procurar consumir alimentos que sejam fontes de fibra, por exemplo, vegetais crus e frutas. Quanto mais a dieta for rica em fibras e com pouca gordura, mais a bile consegue manter o colesterol em sua forma líquida”, diz o Dr. Ernesto Alarcon, que também afirma que manter o peso adequado é essencial.

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