Resenha: filme “CLOSE” fala por meio do silêncio

Longa-metragem está indicado ao Oscar de Melhor Filme Internacional e estreia nos cinemas em 2 de março

  • Por EdiCase
  • 27/02/2023 10h00
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CLOSE é um estudo elegante, poético e empático da juventude CLOSE é um estudo elegante, poético e empático da juventude Imagem: Cortesia/MUBI

Do belga Lukas Dhont, diretor e escritor, não é grande surpresa que CLOSE esteja concorrendo ao Oscar de Melhor Filme Internacional, após ter vencido o prêmio Grand Prix no último Festival de Cannes. É o segundo de sua filmografia a receber destaque na premiação; Dhont recebeu Palma de Ouro em 2018 por Girl.

No longa, dois amigos extremamente próximos têm sua amizade interrompida. Anterior ao momento que separa os dois, é discutida a relação por meio de temas como sexualidade, masculinidade e infância – já que eles aparentam estar por volta da pré-adolescência.

Irmãos ou um casal?

Aquilo que era simplesmente “conviver”, agora tem a necessidade de ser atribuído a um rótulo. Os meninos Rémi e Léo vivem grudados, dormem juntos, comem um com a família do outro e parecem inseparáveis – até o simples “conviver” da infância não ser mais suficiente, e os meninos terem de responder se são irmãos ou um casal (o que também traz outras consequências de tratamento como homofobia, exclusão e inimizades).

“Closes” marcam a fotografia do filme (Imagem: Cortesia/MUBI)

Fotografia do filme

A direção de Lukas é trabalhada no silêncio. Cada tomada leva seu tempo, com uma montagem lenta que nos possibilita apreciar os ótimos atores – destaque para Éden Dambrine (Léo) e Gustav De Waele (Rémi) –, além de sua fotografia cheia de personalidade, pois não há planos abertos e, sim, “closes”, que nos fazem sentir aconchegados (mas sufocados também).

Direção de arte

É satisfatório, também, prestar atenção na direção de arte. Por meio dos figurinos sempre avermelhados de Rémi, passamos a associar a cor ao personagem, que parece presente em cenas em que não está, por exemplo, no vermelho das rosas, das paredes e dos reflexos em contraste com o branco de Léo.

O vermelho de Rémi nos lembra de amor, mas também do sangue que o acompanha. Quando o tom avermelhado some, quase como um queijo com goiabada, um pouco do gosto desaparece junto.

Por Antonio Carqueijó

Cursa Cinema na FAAP/SP, além de ser um apaixonado pelo universo Marvel

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