Romantismo: conheça as características e o contexto histórico

Aprenda sobre o movimento artístico e literário que valoriza a subjetividade, o sentimentalismo e o nacionalismo

  • Por EdiCase
  • 09/08/2023 17h30 - Atualizado em 09/08/2023 19h30
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Goethe e Schiller lideraram o romantismo alemão Goethe e Schiller lideraram o romantismo alemão Imagem: majonit | Shutterstock

O romantismo originou-se na Europa no século XVIII, mais precisamente na Alemanha, com a publicação de “Os sofrimentos do jovem Werther”, de Goethe, em 1774. “Na Inglaterra e na França, autores também se dedicaram a uma mudança radical na produção artístico-literária, rompendo com a tradição clássica que imperava na Europa”, explica Diego Marsalla Toscano, professor de Língua Portuguesa do colégio Marista.

Contextos históricos presentes no romantismo

O romantismo foi uma expressão ímpar dos valores de uma sociedade burguesa que ascendia ao poder político, sendo esta escola artística entendida como uma revolução em busca da liberdade de criação e expressão.

Revoluções da época

  • Revolução Industrial (Inglaterra): substituição da produção artesanal pela industrial. Nova classe: o proletariado (radical mudança no estilo de vida);
  • Revolução Gloriosa (Inglaterra): institui a declaração de direitos, limitando os poderes do rei às prerrogativas do parlamento;
  • Revolução Francesa: tomada do poder político pela burguesia. Ideais revolucionários de liberdade e igualdade.

Romantismo no Brasil

Começou em 1836, com a publicação de “Suspiros poéticos e saudades”, de Gonçalves de Magalhães, e terminou em 1881, com o início do realismo. “Saudades do passado, infância feliz, natureza idealizada, um mundo de harmonia e beleza, constituem alguns dos temas do romantismo brasileiro”, comenta Elaine Lopes, professora e coordenadora do colégio José Vieira.

Livro aberto com aspecto antigo em biblioteca
Primeiras obras românticas no Brasil datam do final da década de 1830 (Imagem: Billion Photos | Shutterstock)

Contexto social brasileiro durante o romantismo

O Brasil vivia as primeiras duas décadas após a Declaração da Independência. A autonomia política apontava um sentimento nacionalista, que se distanciava muito da cultura portuguesa. Diego Marsalla Toscano esclarece que os primeiros anos de instabilidade política do I Reinado e da Regência serviram de “pano de fundo” para as produções das primeiras obras românticas, que datam do final da década de 1830.

Características do romantismo

  • Liberdade de expressão e de criação do indivíduo, começando a valorizar a capacidade inventiva do artista;
  • Emoções e sentimentos extrapolados, principalmente dores e angústias amorosas;
  • Sedução pelo mistério, pelo sobrenatural e pelo universo dos sonhos;
  • Nacionalismo, historicismo e medievalismo: exaltando os valores e os heróis nacionais;
  • Valorização das fontes populares e utilização da tradição nacional;
  • Pessimismo, individualismo e egocentrismo;
  • Melancolia (tédio de viver), conduzindo às diversas formas de escapismo.

Principais obras

  • Inglaterra: destacam-se as obras de Jane Austen, como “Orgulho e Preconceito” e “Razão e Sensibilidade”;
  • França: destacam-se Alexandre Dumas, com “Os três mosqueteiros”, e Victor Hugo, com “Os miseráveis”;
  • Brasil: destacam-se José de Alencar, com “Iracema”, “O Guarani” e “Til”, Castro Alves, com “Navio Negreiro”, e Álvares de Azevedo, com “Noites de Taverna” e “Lira dos Vinte Anos”.
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