Tirzepatida: conheça novo medicamento para tratar a obesidade
Lançamento promete reduzir peso corporal excedente sem a necessidade de cirurgia bariátrica
Conhecida como Mounjaro, a tizerpatida promete ser uma nova e grande evolução no tratamento contra a obesidade. Isso porque esse medicamento tem alcançado maior eficiência em perda de peso do que qualquer outro medicamento disponível para esse fim. Ele pode ajudar a eliminar até 50% do peso corporal excedente.
O que é a tirzepatida?
A tirzepatida faz parte de uma classe de medicamentos que diminui o apetite por meio de neurotransmissores. É uma molécula que atua simulando a ação de dois hormônios intestinais, GLP-1 e GIP, que são hormônios “incretinas” que ligam a absorção de nutrientes do trato gastrointestinal com a secreção de hormônios pancreáticos. Eles são liberados no cenário de uma refeição, após a ingestão e absorção de glicose, proteína e gordura, e fornecem uma das conexões fisiológicas entre alimentação e liberação de insulina.
Diferenças entre GLP-1 e GIP
Basicamente, o GLP-1 é um hormônio secretado no intestino quando comemos. Ele ativa a produção de insulina no pâncreas quando a glicose está alta, o que faz a digestão ficar mais lenta e promove a sensação de saciedade.
O GIP, por sua vez, é um hormônio peptídeo (pedacinhos de proteína) de 42 aminoácidos, inibidor gástrico ou peptídeo insulinotrópico dependente de glicose. Esse hormônio tem como alvo as células beta do pâncreas e as estimula a melhora da secreção de insulina. Vários estudos de associação genética ligam o GIP à regulação de insulina, glicose, lipídios e peso corporal.
Quando o uso da tirzepatida é indicado?
A decisão de iniciar a terapia medicamentosa em pessoas consideradas com excesso de peso deve ser tomada após consideração dos riscos e benefícios, e os objetivos devem ser claros. “O objetivo principal desse tratamento para pessoas consideradas com excesso de peso é a redução de peso a longo prazo e a melhora da saúde geral”, afirma o médico nutrólogo Dr. Ronan Araujo.
A tirzepatida é aplicada com uma injeção subcutânea semanal. Os efeitos colaterais são controláveis e brandos na maioria dos casos. Mas, como qualquer outra medicação, é extremamente necessário acompanhamento e indicação médica.
Mudanças de hábitos são necessárias mesmo com o uso do remédio
O Dr. Ronan Araujo destaca que é essencial que os medicamentos, da mesma forma que qualquer outro tipo de procedimento, sejam usados em conjunto com alimentação saudável, atividade física e modificação de comportamento, pois o uso de remédios sem essas alterações geralmente é ineficaz.
“Essa medicação mostrou resultados superiores a cirurgia bariátrica. Nós, que trabalhamos com emagrecimento, podemos comentar que estamos na década do fim da cirurgia bariátrica, pois apenas com uma medicação conseguimos entregar resultados superiores a realização do procedimento operatório”, ressalta o médico.
Chegada do medicamento ao Brasil
O medicamento foi aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos para o tratamento de sobrepeso, obesidade e diabetes. “A previsão de chegada ao Brasil é para 2023, podendo já ser importado para o país”, explica o Dr. Ronan Araujo, que finaliza: “Por fim, vale ressaltar que qualquer medicamento, cirurgia ou intervenção só faz sentido dentro de um tratamento completo contra a obesidade, que é uma doença crônica e exige acompanhamento de longo prazo e mudanças de estilo de vida“.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.