Veja como combater o hábito de julgar o próximo

Essa necessidade se desfaz quando nos sensibilizamos frente às batalhas invisíveis de cada um

  • Por EdiCase
  • 01/02/2024 17h00 - Atualizado em 01/02/2024 19h18
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O julgamento do outro é uma atitude que deve ser combatida O julgamento do outro é uma atitude que deve ser combatida Imagem: Alphavector | Shutterstock

Existe uma espécie de consenso em relação a algumas características da natureza humana que nos conduzem a uma espécie de dança inconsciente, uma coreografia sutil e sedutora, que é a tendência irresistível de julgar o próximo.

Um olhar de relance, um jeito torto, um comentário mordaz disfarçado de observação inocente. Outras vezes, é um suspiro velado, como se nossa aprovação ou desaprovação fosse fundamental para a estabilidade do Universo. Mas por que é tão difícil resistir a essa dança de julgamento?

Talvez seja uma necessidade inata de nos sentirmos superiores, uma tentativa desajeitada de validar nossas próprias escolhas e existência. Enquanto nos encontramos presos em um turbilhão de decisões diárias, desde a escolha do café da manhã até as complexidades da vida profissional e pessoal, julgar os outros parece ser uma maneira infantil de afirmar que não estamos no caminho certo.

Julgamos sem ponderar sobre as histórias

No entanto, essa dança é traiçoeira, pois se disfarça de inocência. Julgamos sem ponderar sobre as histórias que não conhecemos. Esquecemos que cada pessoa carrega um fardo invisível, uma coleção de experiências e cicatrizes que moldam suas escolhas e trajetória.

No meio dessa dança, perdemos a oportunidade de empatia, de nos conectar verdadeiramente com a complexidade humana. Cada olhar de desaprovação é uma barreira que construímos, uma ponte que queimamos. Julgar torna-se um escudo que nos protege da vulnerabilidade de sensibilidade, da constatação de que, na verdade, não sabemos nem controlamos tudo.

A compaixão deve dar lugar ao julgamento Imagem: GoodStudio | Shutterstock

E se fizermos diferente?

E, assim, continuamos a dançar, atraídos pela melodia do julgamento. Mas e se, por um momento, optássemos por algo diferente? Uma dança na qual a compaixão é a coreografia principal, em que cada passo é uma oportunidade de compreender, de aprender. Uma dança em que as máscaras superiores do julgamento são substituídas pelas acessíveis, e o ritmo é indicado pela harmonia da diversidade.

Dance no ritmo da compaixão

Que possamos, em nossa jornada, resistir à tentativa do julgamento fácil, que desconsidera as batalhas alheias. Que possamos escolher dançar ao ritmo da compaixão, abrindo espaço para o acessível e celebrando a incrível diversidade que compõe o espetáculo da vida. Pois, no final, é essa dança que verdadeiramente enriquece a trama das nossas histórias.

Por Kaká Werá – revista Vida Simples

É um ecologista do ser e cultivador da arte do equilíbrio da natureza humana

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