Veja como cuidar de varizes e lipedema durante a gestação

Médica explica como é possível prevenir ou reduzir os sintomas dessas condições

  • Por EdiCase
  • 29/07/2024 17h30 - Atualizado em 29/07/2024 17h48
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As varizes e o lipedema são comuns durante a gestação As varizes e o lipedema são comuns durante a gestação Imagem: Prostock-studio | Shutterstock

A gravidez é uma fase marcada por inúmeras transformações físicas, hormonais e emocionais no corpo feminino. Durante esse período de preparação para o desenvolvimento de uma nova vida, comumente se dá o aparecimento de novas condições de saúde ou a piora de condições pré-existentes, como as varizes e o lipedema. Esses problemas vasculares, por sua vez, exigem cuidados especiais durante a gestação.

As varizes são veias que ficam “doentes”, dilatadas e superficiais, capazes de causar dor e inchaço; indicam, ainda, sinal de que há problemas circulatórios. Durante a gestação, se mostram um problema comum entre as mulheres e, segundo estudo do Jornal Vascular Brasileiro, as varizes estão presentes em 72,7% das grávidas do Brasil, causando desconforto e preocupação.

O lipedema é uma doença crônica caracterizada pelo acúmulo desproporcional de gordura inflamada nos membros inferiores e braços. A gestação pode ser um período propício para a manifestação da condição ou piora. “O lipedema, também conhecido como a síndrome da gordura dolorosa, está relacionado a um hormônio feminino, o estrogênio. Por isso, momentos específicos da vida da mulher, como puberdade, gestação, uso de anticoncepcionais, tratamentos para engravidar e menopausa, tendem a ser gatilhos”, afirma a médica especialista em cirurgia vascular Carol Mardegan, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV).

Quando surgem as condições durante a gravidez

Segundo a médica, varizes e lipedema podem surgir em qualquer momento durante a gravidez, mas muitas mulheres notam as varizes principalmente no segundo trimestre. “Isso ocorre porque, durante esse período, o útero está crescendo significativamente, exercendo pressão sobre as veias na pelve e no abdômen, o que pode dificultar o retorno venoso das pernas ao coração”, afirma. Nesse cenário, o diagnóstico por ecodoppler é eficaz para identificar a presença e a gravidade da condição.

As varizes e o lipedema são motivos para preocupação, pois aumentam o desconforto e o risco de complicações associadas, como o risco de tromboflebite e trombose venosa profunda. Deve-se ressaltar, também, que cada gravidez é única e algumas mulheres podem não desenvolver nenhuma das condições durante a gestação, enquanto outras enfrentam um desses problemas desde os estágios iniciais.

“O tratamento das varizes durante a gravidez, por exemplo, geralmente se concentra em medidas conservadoras e não invasivas para aliviar os sintomas e minimizar o risco de complicações”, aponta Carol Mardegan.

A prática regular de exercícios físicos leves pode ajudar a aliviar os sintomas das varizes e do lipedema Imagem: Josep Suria | Shutterstock

Minimizando os sintomas durante a gestação

Os sintomas das varizes e do lipedema podem ser minimizados com medidas preventivas simples. Carol Mardegan indica a prática regular de exercícios leves, como caminhadas, alongamentos e hidroginástica, capazes de reduzir o risco, mas tudo isso sempre com orientação médica. Além disso, evitar o uso de salto alto, não permanecer por longos períodos em pé e manter-se hidratada são cuidados igualmente importantes.

“A gravidez é um momento delicado e, para diminuir a incidência dos sintomas, o uso de meias de compressão adequadas pode aliviar os sintomas e prevenir a progressão das varizes durante a gravidez. Essas meias ajudam a melhorar a circulação sanguínea nas pernas, reduzindo o inchaço e a sensação de peso”, explica a cirurgiã. 

Por fim, a especialista destaca, além das medidas preventivas, a relevância do acompanhamento médico adequado durante o período gestacional. “É recomendado que as mulheres grávidas informem qualquer sintoma relacionado às varizes ou ao lipedema, tais como dor, inchaço excessivo ou alterações na cor ou textura da pele para receberem o diagnóstico e tratamento adequados”, conclui Carol Mardegan. 

Por Alice Veloso

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