3 em cada 4 deputados contrários ao fundo eleitoral receberam dinheiro dele
Com a proibição das doações empresariais, o Congresso Nacional aprovou no ano passado a criação do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), conhecido como fundo eleitoral ou apenas “fundão”. Basicamente, trata-se de recursos públicos que são distribuídos aos partidos para promoverem suas campanhas. Na época, 233 deputados votaram a favor de sua criação, 209 votaram contra e três se abstiveram. Agora, durante o processo das eleições de 2018, um dado chama a atenção: três em cada quatro deputados federais que foram contrários à sua criação já receberam dinheiro dele.
No total, 157 deputados que votaram contra na época obtiveram R$ 150 milhões. No Senado, o cenário é semelhante: 16 senadores contrários ao fundão receberam até o momento R$ 24 milhões. Neste primeiro ano de aplicação, o fundo dispõe de R$ 1,7 bilhão.
Ainda falando sobre os que votaram contra a medida, na Câmara, os que receberam as maiores quantias foram o deputado Daniel Vilela (MDB) com R$ 3 milhões (candidato ao governo de Goiás), o deputado Mauro Mariani (MDB) com R$ 2,5 milhões (candidato ao governo de Santa Catarina) e o deputado Esperidião Amin (PP) com R$ 2,383 milhões (candidato ao Senado).
No Senado, os contrários que receberam as maiores parcelas do fundão são Omar Aziz (PSD) com R$ 3,5 milhões (candidato ao governo do Amazonas) e Ronaldo Caiado (DEM) com R$ 2,5 milhões (candidato ao governo de Goiás).
Eles alegam que, já que o fundo segue sendo utilizado por todos, não poderiam deixar de usá-lo, senão ficariam em desvantagem em relação aos concorrentes.
Com informações do Estadão Conteúdo
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