Rui Costa faz ‘vaquinha’ para sua campanha

  • Por Estadão Conteúdo
  • 18/08/2018 09h42 - Atualizado em 18/08/2018 09h44
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Reprodução/G1 Rui Costa A reeleição de Rui Costa é considerada prioritária pelo PT

Na primeira eleição estadual sem contribuição de empresas privadas, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), decidiu inverter uma lógica consagrada em campanhas anteriores. Em vez de repassar recursos para candidatos ao Legislativo da sua coligação, ele resolveu “passar a sacolinha” entre os postulantes aos cargos de deputado estadual e federal para que eles ajudem financiar sua campanha à reeleição. A ideia é arrecadar ao menos R$ 2 milhões, segundo o coordenador da campanha do petista, Jerônimo Rodrigues. O valor representa 20% dos R$ 10 milhões que Rui estima gastar durante a campanha este ano.

Mal recebida pelos aliados, a proposta consiste em fixar duas faixas de doações: R$ 50 mil para candidatos sem mandato e R$ 100 mil para deputados que já estão no cargo. Para candidatos a deputado estadual, a cota é de R$ 20 mil para quem tem mandato e R$ 10 mil para os que não têm.

“É óbvio que teve resistência. É natural que o ‘puxa-estica’ aconteça porque estamos acostumados com a campanha majoritária ajudando as proporcionais, e não com essa lógica que a nova forma de financiamento nos impôs”, afirma Rodrigues, que deixou o comando da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural para coordenar a campanha de Rui Costa.

A reeleição de Rui é considerada prioritária pelo PT. O partido deve destinar entre R$ 3 milhões e R$ 4 milhões à campanha. Segundo Rodrigues, outra parte da arrecadação será feita por meio de jantares de adesão. Os candidatos a vice-governador, João Leão (PP), e a senadores, Jaques Wagner (PT) e Ângelo Coronel (PSD), também terão que contribuir, mas o valor ainda não está definido.

Além disso, foi feito um “ajuste fiscal” na campanha. Nas caravanas pelo interior do Estado, iniciadas na manhã de ontem, os candidatos deverão circular de ônibus pelos municípios, a fim de economizar. Se for traduzido em números, o “cobertor curto” da campanha de Rui Costa à reeleição significa uma queda de 78% em relação à disputa de 2014, quando ele foi eleito no primeiro turno.

Há quatro anos, a campanha de Costa custou R$ 45,2 milhões, de acordo com dados do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA) – ante os R$ 10 milhões estimados para 2018.

Oposição. O principal candidato da oposição, José Ronaldo (DEM), deve gastar quase a metade que a estimativa petista de gastos. O prefeito de Salvador, presidente do DEM e principal articulador da campanha de Ronaldo, ACM Neto, afirma que R$ 6 milhões é o teto que candidatos a governador devem receber da legenda – em 2014, a campanha do então candidato do partido ao governo, Paulo Souto, gastou R$ 21,6 milhões, 72% maior que a estimativa deste ano.

Para receber os R$ 6 milhões, no entanto, um candidato do DEM ao governo precisa combinar dois critérios: o tamanho do Estado e do eleitorado e da viabilidade eleitoral de sua postulação. O segundo requisito Ronaldo “hoje ainda não tem”, admitiu ACM Neto ao Estado.

“Vamos mesclar esses dois critérios. Na Bahia deve haver majoração sim, pelo tamanho do Estado, do eleitorado e também porque a gente acredita que José Ronaldo vá crescer nas pesquisas”, disse. Nos bastidores, interlocutores do partido dizem que as transferências do DEM devem ser a principal forma de arrecadação da campanha de Ronaldo, e não há recursos de outra ordem previstos.

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