Diretor do Datafolha elogia revogação de medida polêmica do TSE

  • Por Jovem Pan
  • 08/03/2018 21h31
Nelson Jr./ ASICS/ TSE Nelson Jr./ ASICS/ TSE Datafolha ressalta que o cenário das eleições 2018 é o mais imprevisível possível

Nesta quinta-feira (8), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu revogar o trecho de uma resolução que alterava uma norma anterior do mesmo TSE. O texto impedia os Institutos de Pesquisas de fazer perguntas que não fossem relacionadas às eleições durante as campanhas eleitorais. A medida havida gerado uma forte reação e foi muito criticada por Institutos, Associações e jornalistas, por conta do risco de um cerceamento.

Em entrevista à Jovem Pan, o diretor geral do Instituto Datafolha, Mauro Paulino, acredita que o TSE faz prevalecer o bom senso. “Devemos louvar a boa vontade do TSE porque reviu uma decisão que era claramente confusa e que poderia gerar muitas dúvidas no processo eleitoral. É parte do trabalho dos Institutos de Pesquisas contar a história das eleições. As eleições não se resumem apenas à corrida entre os candidatos”, explicou.

Paulino destaca que para entender o processo eleitoral é necessário que se entenda também o ambiente no qual a eleição está inserida. “Não há como se fazer uma pesquisa sem entender o que os eleitores pensam sobre a Intervenção no RJ. São questões que permeiam o entendimento do processo eleitoral e a responsabilidade dos Institutos é representar a opinião pública. Sempre que tenta se cercear o trabalho dos Institutos, por tentar impedir a divulgação de pesquisas, na verdade, o que está se atingindo é a opinião pública”, ressaltou.

Norma confusa
O diretor geral do Datafolha lembra ainda que o texto antigo não era claro, uma vez que causava confusão e poderia ser interpretado de forma diferente por vários juízes. “Provavelmente, os partidos descontentes com os resultados de momento iriam utilizá-lo para tentar impugnar a divulgação de pesquisas”, afirmou.

Já sobre as eleições de 2018, Paulino acredita que ainda há muitas indefinições no cenário eleitoral, o que torna a missão dos Institutos ainda mais difícil. “Na última pesquisa tivemos que abordar nove cenários com diferentes candidatos. Ainda assim não conseguimos contemplar todas as possibilidades. É de fato um trabalho que exige muita responsabilidade e rigor nos critérios científicos para que a pesquisa seja representativa”, finalizou.

*Com informações do repórter Vitor Brown

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