Meirelles busca caciques do MDB para aferir chances de ser candidato pela sigla
Meirelles quer conversar com lideranças do MDB como o presidente do Senado, Eunício Oliveira (CE), tesoureiro nacional da sigla, e o líder do partido na Casa, senador Raimundo Lira (PB). Vai procurá-los no início da próxima semana, após retornar de viagem oficial a Nova York, nos Estados Unidos, onde terá reunião com investidores para falar sobre programas de concessão do governo brasileiro.
Meirelles teme enfrentar no MDB o mesmo problema que teve no PSD, partido ao qual é filiado e que já o avisou que não dará legenda para que ele dispute a Presidência.
Comandante do PSD, o ministro Gilberto Kassab (Ciência e Tecnologia) já fechou acordo com o PSDB. Pelo acordado, indicará o candidato a vice-governador de São Paulo na chapa encabeçada por um tucano. Em troca, se comprometeu a apoiar a candidatura ao Planalto do governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB).
Na semana passada, Meirelles já teve algumas conversas com lideranças do MDB. Uma delas foi com o líder da legenda na Câmara, deputado Baleia Rossi (SP), um dos mais próximos do presidente Michel Temer. No encontro, ouviu que será muito bem-vindo à legenda, mas que corre o risco de se filiar e não poder ser candidato. Isso porque, no partido, a prioridade, em caso de candidatura própria, é de Temer.
“Ficaria muito honrado em ter o Meirelles no MDB de São Paulo. Acho que ele tem todas as condições de ser candidato à Presidência da República pelo centro”, afirmou Rossi ao Estadão/Broadcast. Além de Rossi, o ministro Meirelles tem mantido conversas regulares com o presidente do MDB, senador Romero Jucá (RR). Também conversou diretamente com Temer, que o avisou sobre as resistências que enfrentará no partido.
A principal resistência à candidatura de Meirelles vem de lideranças do MDB no Nordeste, entre eles, Eunício e o senador Renan Calheiros (AL), que defendem apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Por outro lado, o ministro tem a simpatia de parlamentares que temem ter de dividir os recursos dos fundos eleitoral e partidários com um candidato próprio à Presidência. Esses deputados e senadores acreditam que Meirelles tem condições de bancar sozinho sua campanha.
Com maior tempo de TV, o MDB é hoje o foco do ministro. Ele sabe que dificilmente conseguirá se viabilizar como candidato à Presidência por outro partido menor. Meirelles nega, porém, que tenha como “plano B” uma candidatura a vice-presidente, entre eles, em uma chapa com Alckmin. “Não procede a notícia de ser vice do Alckmin”, declarou o ministro ao Estadão/Broadcast.
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