Arthur Virgílio desiste e abre espaço para Alckmin concorrer à Presidência

  • Por Jovem Pan com Estadão Conteúdo
  • 24/02/2018 09h39
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George Gianni/PSDB O ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio falando Virgílio disse que eleição com Alckmin como presidente do partido seria uma "fraude" e classificou o governador de São Paulo como "cínico"

O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, desistiu de disputar prévia com o governador paulista Geraldo Alckmin pelo posto de candidato à Presidência pelo PSDB. De acordo com ele, a prévia que estava sendo organizada pelo partido, que tem Alckmin como líder nacional desde dezembro, seria uma “fraude”. Virgílio Neto ainda classificou o paulista como um “cínico”. “Me recuso a participar de uma fraude, de um simulacro de eleição”, disse.

Com a desistência, Virgílio encurta o caminho de Alckmin para a disputa presidencial e ele deve se desligar do Palácio dos Bandeirantes no dia 7 de abril para começar oficialmente a campanha pelo país. Arthur Virgílio fez duras críticas a Geraldo Alckmin: “Conheci um dos homens públicos menos sinceros e mais capazes para a desfaçatez e fingimento em 40 anos de vida pública”, disse o prefeito de Manaus.

A decisão foi tomada na noite desta sexta-feira, 23, após a executiva nacional definir as regras da prévia. “Fizeram uma molecagem”, disse, ao se referir à decisão do partido de realizar apenas um debate entre os dois. Virgílio Neto defendia ao menos três embates e um deles em São Paulo, governado há mais de sete anos consecutivos por Alckmin.

O comunicado oficial às lideranças do partido ainda não foi feito. À reportagem, Virgílio Neto afirmou que não tem “vontade nenhuma” de ajudar na campanha presidencial de Alckmin e não descarta, como consequência, ser expulso da legenda. “Já que não expulsam os ladrões do PSDB, quem sabe não me expulsam?”, ironizou.

Com a prévia nacional descartada, Alckmin deve trabalhar agora para um entendimento entre os pré-candidatos tucanos ao governo paulista a fim de evitar também aqui um pleito interno para a escolha de seu sucessor. A executiva paulista da legenda havia determinado, na última segunda, que a disputa ocorresse no mesmo dia da prévia nacional, marcada anteriormente para 18 de março.

Nos últimos meses, Arthur Virgílio reclamava da maneira como o PSDB e Alckmin, em particular, conduziram o processo, primeiro, de sucessão de Aécio Neves na presidência do partido e, depois, da definição da candidatura presidencial. Além de criticar Alckmin por acumular a presidência do PSDB com a pré-candidatura, Virgílio defendia a realização de uma série de debates em vários Estados do país para preparar o partido para as prévias.

Ontem, porém, o PSDB anunciou que a eleição interna será realizada no dia 18 de março com um debate entre os pré-candidatos no dia 14, na sede do partido, em Brasília. O prazo para inscrição dos pré-candidatos vai até o dia 5 de março e até o momento não há nenhum tucano com engajamento que tenha se colocado para a ocasião.

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