Com discursos distintos, presidenciáveis analisam saída de Parente

  • Por Estadão Conteúdo
  • 01/06/2018 17h52 - Atualizado em 01/06/2018 18h52
José Cruz/Agência Brasil Posição dos presidenciáveis variaram: enquanto uns comemoraram saída, outros preferiram defender Parente

Um dos presidenciáveis que havia cobrado publicamente a demissão de Pedro Parente da Petrobras, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) afirmou nesta sexta-feira (1º) que a saída do executivo da estatal não é suficiente e que a política de preços adotada durante sua gestão seja revista.

“Não basta demitir o senhor Pedro Parente”, disse Ciro, em vídeo publicado em suas redes sociais. “É preciso exigir que a política de preços que ele impôs seja trocada”, completou, reforçando que a revisão da situação não pode ser feita com “demagogia”.

Ciro defende que a Petrobras adote um modelo de preços com base em seus custos e lucros comparados com os competidores, e não com base na variação do dólar e dos ativos no mercado internacional. O pedetista cobrou que a empresa atenda aos interesses nacionais, e não aos de acionistas minoritários.O vídeo foi publicado no Twitter de Ciro após ele e outros pré-candidatos serem cobrados por um internauta para se posicionarem sobre a saída de Parente.

Ciro reforçou a ligação de Parente com o PSDB, que lançou a pré-candidatura do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin. Ele classificou como “falta de respeito” o aumento do preço na gasolina em plena crise decorrente da greve dos caminhoneiros. “Essa falta de respeito é a política do PSDB”, disse o presidenciável do PDT.

Manuela D’Ávila ironiza saída

A pré-candidata do PCdoB publicou postagens nas redes sociais ironizando a renúncia de Pedro Parente. Ela compartilhou uma foto de Parente com a legenda “Tchau, querido!” (popular na época do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff). Também foi postado um “meme” com a declaração de Parente de que “o que prometi foi entregue”, citando 116 reajustes da gasolina nos últimos seis meses.

A pré-candidata também afirmou que Parente foi “botado pra fora” por pressão popular. Sobre uma citação do chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, de que Parente fazia parte da “equipe dos sonhos” de Temer, Manuela ironizou: “Sonho do mercado, pesadelo de milhões. Já foi tarde”.

Alckmin defende “trabalho de recuperação”

Pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, o ex-governador de São Paulo poupou Pedro Parente, filiado ao seu partido, de críticas ao falar sobre a demissão do executivo.

Pelas redes sociais, Alckmin afirmou que não se pode “desperdiçar” o trabalho de Parente à frente da estatal. “Com a saída de Pedro Parente, o importante nesse momento é não desperdiçar o trabalho de recuperação da Petrobras”, diz a nota do tucano.

O presidenciável defendeu a discussão sobre uma política de preços de combustíveis que “preservando a empresa, proteja os consumidores”.

Boulos: “Agora falta o Temer”

Pré-candidato à Presidência da República pelo PSOL, Guilherme Boulos declarou em seu Twitter que está satisfeito com a saída de Parente: “Pedro parente já vai tarde. A desastrosa política de preços da Petrobras e a privatização branca causaram um estrago que o povo brasileiro está sentindo no bolso. Parente já foi, agora falta o Temer!”

Em um tuíte anterior, o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) já havia criticado a postura do presidente da estatal. “Para baixar o diesel, governo retira quase R$ 200 milhões de universidades públicas e do SUS Sistema Único de Saúde. A opção é cortar em Saúde e Educação em vez de enfrentar os interesses financeiros que sustentam a política de preços da Petrobras. Retrato das prioridades de Temer e Pedro Parente”, escreveu.

Amoêdo defende Parente

Pelas redes sociais, o pré-candidato à presidência João Amoêdo (Novo) defendeu Pedro Parente, ex-presidente da Petrobras.

“Esse é o ambiente que temos hoje: a velha política afasta os bons profissionais”, declarou Amoêdo em postagem no Twitter e no Facebook. “Reverter esse quadro é um dos nossos objetivos”, complementou.

Flávio Rocha critica últimas gestões

Em sua conta no Twitter, o pré-candidato à Presidência Flávio Rocha (PRB) criticou as gestões dos últimos três presidentes da Petrobras, incluindo Pedro Parente.

“Gabrielli e Graça Foster usaram a Petrobras para conter a inflação e quase quebraram a empresa. Parente repassou o alto custo da ineficiência e gerou a revolta dos caminhoneiros”, declarou Rocha. “O problema não é a política de preços, é o monopólio”, concluiu.

Em outras entrevistas, Rocha já havia feito críticas ao modelo de gestão da Petrobras, afirmando que a privatização da empresa seria a solução para as recentes crises da petrolífera.

Álvaro Dias: “greve fez primeira vítima”

Em um tuíte, o pré-candidato à Presidência da República Alvaro Dias (Podemos) disse que Pedro Parente foi a primeira “vítima” da greve dos caminhoneiros no governo.

“A greve dos caminhoneiros fez a primeira vítima no governo: o presidente da Petrobras, Pedro Parente, pediu demissão”, diz texto assinado pela equipe de Alvaro Dias em sua conta no Twitter. Em outra publicação, o presidenciável observou que o mercado financeiro fechou nesta sexta-feira “em dia de tensão”. As ações da Petrobras caíram, nesta sexta-feira, 14,86% (PN) e 14,92% (ON).

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