Quais as expectativas para o governo Bolsonaro? E o futuro do PT? Pânico debate
O Pânico desta segunda-feira (29) recebeu os comentaristas Carlos Andreazza, Joel Pinheiro da Fonseca, Arthur Rollo, Flavio Morgenstern e Roberta Luchsinger para debater os resultados das eleições deste domingo (28) e o futuro governo de Jair Bolsonaro (PSL). Os analistas concordaram que o anti-petismo deu o tom da eleição e que o novo presidente terá um trabalho duro pela frente.
“O Jair Bolsonaro tomou organicamente o lugar do anti-PT”, disse Andreazza, dizendo que Geraldo Alckmin e o PSDB não souberam surfar na onda. Para Luchsinger, esse foi o principal fator que elegeu o futuro presidente. “Ele foi eleito sem projeto, foi eleito pelo anti-petismo”, acusou.
Entretanto, o comentarista da Jovem Pan se mostrou preocupado com as pessoas do núcleo duro do futuro governo. “O governo Bolsonaro vai precisar de apoio dos intelectuais que o apoiaram na campanha. O núcleo duro é de baixo nível intelectual”, disse.
Segundo Andreazza, ainda há uma preguiça para entender o que o capitão reformado representa para o país. “As pessoas rotulam o cara com aquilo que não é. Ele foi o primeiro presidente eleito que encaixou o discurso de segurança pública como prioridade”, disse.
Ele também acredita que João Doria (PSDB) foi eleito governador de São Paulo por ter colado em Bolsonaro. “A eleição do João Doria não tem nada a ver com o PSDB, ele foi eleito pelo Bolsonaro, como linha auxiliar do Bolsonaro”, afirmou. “Ele vai tentar controlar o partido, já aposentou publicamente o Geraldo Alckmin, e em pouco tempo ele vai se descolar do Jair Bolsonaro.”
Para Flavio Morgenstern, as vitórias de políticos “novos”, como Bolsonaro e Doria, mostram o recado da população. “A eleição foi anti-establishment”, disse. “Foi uma eleição entre as velhas raposas e novos nomes.”
Futuro do PT
Os comentaristas também especularam sobre o futuro do PT após a derrota de Fernando Haddad. Para Joel, o presidenciável não será o líder da oposição. “O PT manteve a posição de líder da oposição, mas o Haddad não será o líder”, previu. Enquanto Roberta Luchsinger acredita que o ex-prefeito de São Paulo saiu de cabeça erguida da corrida pela presidência, Andreazza afirmou que ele sai muito derrotado. “Ninguém sai grande depois de se prestar ao papel que o Haddad se prestou”, disse, lembrando que Haddad assumiu a chama do PT após a impugnação de Lula e foi chamado de poste do ex-presidente pelos adversários.
Carlos Andreazza ainda falou que o petismo acabou. “O petismo, como nós o conhecíamos, não existe mais. Existe o lulopetismo”, analisou. Para ele, o movimento se dá em torno da figura do ex-presidente, que agora é a única liderança do partido. “O PT não é mais um partido orgânico, hoje é um escombro alto, que faz volume”, disse.
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