‘Crias’ do setor financeiro, Amoêdo e Meirelles são os presidenciáveis mais ricos
Esta quarta-feira (15) foi a data limite estipulada pela Justiça Eleitoral para os candidatos à presidência registrarem suas candidaturas para as eleições de 2018. Uma das obrigações legais desse processo foi fazer uma declaração oficial de patrimônio ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). E uma informação que já era imaginada se confirmou: os dois mais ricos da disputa são João Amoêdo e Henrique Meirelles.
O candidato do Partido Novo declarou ter R$ 425 milhões, sendo que mais da metade desse valor, R$ 217 milhões, está investida em renda fixa, incluindo CDB e poupança. Outra grande parte inclui participação em empresas (R$ 108,4 milhões) e investimento em fundos (R$ 55,3 milhões). O restante está em imóveis, veículos, embarcações, joias e objetos de arte.
Já o candidato do MDB divulgou R$ 377 milhões. Desse total, mais de 90% são investimentos (R$ 341,9 milhões), 75% desses em ações (R$ 283,1 milhões). Ele ainda tem aplicação de renda fixa (R$ 223,9 milhões), um apartamento de mais de R$ 21 milhões, depósitos em contas no exterior, participações em empresas, título de clube e terreno.
Fortuna é justificada com carreira nos bancos
E como afinal esse candidatos explicam essa imensa quantia de dinheiro? Em ambos os casos, a justificativa é a mesma: fazer carreira no setor financeiro (e, claro, entender profundamente de aplicações) ‘dá dinheiro’, como se diz na linguagem popular.
Amoêdo é filho do médico radiologista Armando Rocha Amoêdo e da administradora Maria Elisa Filgueira Barreto. Ele se formou aos 22 anos em Engenharia Civil na UFRJ e Administração de Empresas na PUC-Rio. Em seguida, tornou-se trainee no Citibank, banco em que iniciou sua trajetória. Trabalhou logo depois no Banco BBA-Creditansalt S.A., passando a ocupar cargos de direção e gestão, até chegar à vice-presidência do Unibanco.
Hoje ele é um dos sócios da Casa das Garças, um instituto de estudos de política econômica de tendência liberal sediado no Rio de Janeiro.
Meirelles, por sua vez, é filho do advogado Hegesipo de Campos Meireles e da estilista Diva Silva de Campos, família que possui um histórico ligado à política. Seu pai foi interventor federal em Goiás em 1946 durante o governo do presidente Eurico Dutra, seu avô foi prefeito de Anápolis e seu tio foi vice-governador de Goiás.
Ele estudou engenharia civil na Escola Politécnica da USP e fez MBA em administração na UFRJ. Sua primeira atuação no setor foi no Bank Boston, onde construiu a maior parte de sua carreira. Chegou a ocupar o cargo de presidente mundial da instituição, tornando-se o primeiro estrangeiro a presidir um banco de grande porte nos EUA. Deixou o local apenas em 2002 para voltar ao Brasil e começar a entrar na política. Foi eleito deputado e logo assumiu, a convite do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Banco Central.
As outras declarações
O terceiro maior patrimônio declarado foi de Álvaro Dias, do Podemos, com R$ 2,9 milhões. O quarto, de Jair Bolsonaro, do PSL, com R$ 2,3 milhões. O quinto, de Ciro Gomes, do PDT, com R$ 1,6 milhão. Geraldo Alckmin, do PSDB, aparece depois com R$ 1,3 milhão, e é seguido por Vera Lúcia, do PSTU, com R$ 20 mil, e Guilherme Boulos, do PSOL, com R$ 15 mil. Cabo Daciolo, do Patriota, ainda não apresentou os documentos ao TSE.
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