‘É uma proposta esdrúxula de quem não conhece nada de educação’, diz Haddad sobre projeto de Bolsonaro
Em entrevista ao Pânico desta terça-feira (16), o candidato à presidência da República Fernando Haddad (PT) criticou a proposta de seu adversário Jair Bolsonaro (PSL) para que crianças sejam incluídas em programas de educação à distância. “Educação à distância para criança de 11 anos vai dar muito errado”, cravou o petista.
Ex-ministro da educação e professor universitário, Haddad explicou por que acha que a proposta não vai dar certo. “A criança precisa estar na escola com outras crianças, acompanhada por dois professores, ela precisa de merenda. Na frente do computador, ela vai ficar sozinha em casa”, argumentou.
O candidato atacou veementemente o projeto de Bolsonaro. “É uma proposta esdrúxula de quem não conhece nada de educação”, disse. “Ele não conhece nada de economia, mas de educação conhece menos”, ironizou Haddad.
Educação sexual
Ainda falando sobre educação, o ex-prefeito de São Paulo defendeu um dos pontos de seu plano de governo, que inclui “políticas de educação a partir de uma perspectiva não-LGBTIfóbica”. “Isso é ensinar as pessoas a não bater em homossexual”, resumiu o petista sobre a proposta. “Morre muita gente por conta disso.”
Ele também defendeu que a escola fale sobre temas relacionados a sexualidade. “No ensino médio, os jovens precisam ser informados sobre determinadas coisas. Tem muito aborto no Brasil porque tem muita gravidez na adolescência, muitas acontecem por falta de informação”, explicou. “Como a gente vai frear isso sem educar as meninas e meninos sobre como evitar gravidez? Isso é ciência.”
Para o petista, o papel da educação é também ensinar o jovem a lidar com suas próprias questões. “Você precisa alertar o jovem do ensino médio para ele saber de coisas que ele precisa para lidar com a própria juventude. Que mal tem nisso?”, questionou.
“Kit gay”
Fernando Haddad aproveitou para se defender das acusações que tem recebido de Jair Bolsonaro de ter sido o criador do que o ex-capitão chama de “kit gay” — que é, na verdade, o documento “Escola Sem Homofobia”, que foi vetado pelo governo federal em 2011 e não chegou a ser distribuído para as escolas. “Você acha que uma professora primária vai educar a criança a mudar de orientação sexual?”, perguntou. “Esse Bolsonaro é bem maluco.”
Nesta segunda-feira (15), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou a remoção da internet de vídeos em que Jair Bolsonaro aparece criticando a suposta distribuição do “kit gay”.
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