Em primeiro discurso como candidato, Haddad fala apenas de ex-presidente Lula
Em seu primeiro discurso oficial como candidato à presidência da República pelo Partido dos Trabalhadores, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad gastou a maior parte do tempo lembrando dos feitos do ex-presidente Lula.
Haddad discursou logo após a leitura de uma carta escrita por Lula. “Vejo muitas pessoas emocionadas, peço desculpas por mim mesmo, pois muitos brasileiros não poderão votar naquele em que gostariam de ver subir a rampa do planalto em janeiro”, afirmou. “É uma dor sentida pelo povo mais pobre desse País, que sabe o que representaram os nossos governos do ponto de vista da história”.
O ex-prefeito ainda insistiu no discurso de que Lula representa um divisor de águas na história do Brasil. “Ele saiu das entranhas do povo e chegou à presidência superando todos os obstáculos que a vida impôs”, disse.
Quando finalmente falou em causa própria, o agora candidato afirmou que não irá aceitar um Brasil que retroceda. “Não vamos aceitar o Brasil do século 20, não queremos mais aquele Brasil intolerante, nós sabemos do nosso potencial”, afirmou.
Ele finalizou o discurso, no entanto, frisando que uma vitória sua nas eleições também representa uma vitória do ex-presidente Lula. “Não é hora de voltar para casa de cabeça baixa, é hora de sair para rua de cabeça erguida e ganhar essa eleição. Pelo Lula, pelo PT, pelo PCdoB, pelos movimentos sociais e pelo Brasil”, finalizou.
Chapa petista
A troca na cabeça de chapa petista ocorre no limite do prazo determinado pela Justiça Eleitoral para que o partido possa prosseguir nas eleições deste ano. Com a mudança, a deputada Manuela D’Ávila, do PcdoB, passar a ser a vice na chapa. Além do do PCdoB, o Pros também integra coligação.
Pesquisa
Segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda, Haddad tem 9% das intenções de voto, tecnicamente empatado com Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (Rede) — Jair Bolsonaro (PSL) lidera, seguido por Ciro Gomes (PDT).
Recursos
O PT resistiu até o limite para comunicar a troca de Lula por Haddad. Pedidos da defesa do petista foram encaminhados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao Supremo Tribunal Federal (STF) na tentativa de prorrogar o prazo para a apresentação do presidenciável. Foram 25 dias de sucessivos recursos que tentavam suspender a inelegibilidade do ex-presidente.
No último domingo (9), o ministro do TSE Luis Roberto Barroso proibiu o partido de usar a imagem de Lula como candidato sob pena de ser banido das propagandas de rádio e TV.
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