Ex-líder da Ku Klux Klan elogia Bolsonaro; candidato recusa apoio

  • Por Jovem Pan
  • 16/10/2018 14h38
Wilton Junior/Estadão Conteúdo "Ele soa como nós", disse David Duke

O teórico David Duke, antigo líder do grupo Ku Klux Klan (KKK), organização norte-americana que prega a supremacia racial branca, o racismo e o antissemitismo, elogiou o candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL) no programa de rádio que comanda nos Estados Unidos. Em um breve comentário sobre a política brasileira que foi repercutido pela rede BBC, ele disse que o candidato “soa” como eles.

“Ele soa como nós. E também é um candidato muito forte. É um nacionalista”, afirmou. “Ele é totalmente um descendente europeu. Ele se parece com qualquer homem branco nos EUA, em Portugal, Espanha ou Alemanha e França. E ele está falando sobre o desastre demográfico que existe no Brasil e a enorme criminalidade que existe ali, como por exemplo nos bairros negros do Rio de Janeiro”, completou.

Duke criticou, porém, a aproximação de Bolsonaro com Israel e o povo judeu. “Ele vai fazer coisas a favor de Israel. Acredito que ele esteja tentando adotar a mesma estratégia que Donald Trump. Acho que Trump sabe que o poder judaico está levando a América ao desastre, levando a Europa e o mundo ao desastre. Então, o que ele está tentando fazer é ser positivo em relação aos judeus nacionalistas em Israel como uma maneira de obter apoio”.

Além de ter liderado a KKK, o teórico – cabo eleitoral de Trump entre membros da extrema-direita local – é conhecido ainda por frequentemente negar a existência do Holocausto e por ter feito parte da organização dos protestos em defesa da supremacia branca em Charlottesville no ano passado.

Nesta terça-feira (16), depois que a notícia rodou nas redes sociais e chegou aos trending topics (TTs) do Twitter, o concorrente do presidenciável, Fernando Haddad (PT), usou seus perfis para repercutir o caso. “Meu adversário também está compondo com aliados e somando forças. Hoje ele recebeu o apoio da Ku Klux Klan”, ironizou.

Também durante a tarde, Bolsonaro usou a mesma rede para se pronunciar. “Recuso qualquer tipo de apoio vindo de grupos supremacistas. Sugiro que, por coerência, apoiem o candidato da esquerda, que adora segregar a sociedade. Explorar isso para influenciar uma eleição no Brasil é uma grande burrice! É desconhecer o povo brasileiro, que é miscigenado”.

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