No Ceará, governador do PT que apoia Ciro denuncia ‘preconceito’

  • Por Jovem Pan
  • 15/09/2018 11h20 - Atualizado em 15/09/2018 11h36
José Cruz/Agência Brasil Camilo Santana Ceará Repasse de fundo eleitoral só não é menor que o do candidato a governador do Piauí

O governador do Ceará e candidato a reeleição Camilo Santana (PT) afirmou que está sofrendo “preconceito” do seu partido na distribuição das verbas do fundo eleitoral por conta de sua aliança com o candidato à presidência Ciro Gomes do PDT, ou seja, rival do candidato petista, Fernando Haddad.

Ele chegou a questionar o partido e solicitou que fosse revisto o critério. “O Ceará tem um grande colégio eleitoral. Dos governadores do PT, somos o terceiro – só perdendo para Minas Gerais e Bahia. Não acho que seja o critério correto. Estou aguardando uma posição da direção nacional”.

Camilo recebeu R$ 900 mil do partido até o momento. O único candidato petista a governador que recebeu menos foi Wellington Dias, candidato à reeleição no Piauí, com R$ 882 mil. Outros candidatos desconhecidos do público em geral e com poucas chances de ganhar, como Miragaya do Distrito Federal e Jackeline Rocha do Espirito Santo, receberam R$ 1 milhão cada.

Nos materiais de campanha do governador, como em panfletos, bandeiras, videos promocionais e campanhas publicitárias, quem aparece é Cid Gomes, irmão de Ciro, que disputa uma vaga no Senado. Ele já participou de carreatas ao lado do presidenciável do PDT, discursou dizendo ser um grande admirador e no final ainda tirou uma selfie.

A tensão aumentou depois que Haddad foi oficializado como candidato do PT para presidente após o TSE condenar a candidatura do ex-presidente Lula. Em conversas reservadas, dirigentes do partido dos trabalhadores não escondem a irritação e chama o governador cearense de “traidor”. Para eles, as reclamações do governador em relação aos repasses são a preparação do discurso para deixar o PT depois das eleições.

Procurada, a direção do PT não respondeu sobre os repasses. A ordem é evitar polêmicas em nome de uma eventual aliança com o pedetista no segundo turno. Márcio Macedo, um dos vice-presidentes do PT, disse que as reclamações de Camilo são legítimas, mas fora de hora. “A divisão do fundo (eleitoral) foi amplamente debatida nas instâncias do PT com a participação de todos, inclusive representantes dele”

*Com informações do Estadão Conteúdo

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