‘Há uma porta’ com Haddad, diz FHC

  • Por Jovem Pan
  • 14/10/2018 13h08 - Atualizado em 14/10/2018 13h19
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Jovem Pan O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ainda quer ouvir as propostas que os postulantes à presidência da República, Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL), têm para o país, mas, segundo ele, “há uma porta” para apoiar Haddad no segundo turno. “Um tem um muro, o outro uma porta. Figura por figura, eu me dou com Haddad. Nunca vi Bolsonaro”, afirmou FHC em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada neste domingo (14). “Do meu ponto de vista pessoal, o Bolsonaro representa tudo que não gosto.”

Na avaliação do ex-presidente, os eleitores de Bolsonaro não se influenciam pelo que ele diz ou pensa. “O voto é anti-PT. O eleitorado parece estar contra o PT“, disse. Em relação a Fernando Haddad, FHC pondera que, embora tenha “relações pessoais e cordiais” com o petista, ele é “a expressão do Lula”. “Ele usou uma máscara do Lula. Agora tirou e colocou uma bandeira verde e amarela.”

“Agora o PT cobra… diz que tem de (apoiar). Por que tem de automaticamente apoiar? As coisas que eles dizem a respeito do meu governo não correspondem às coisas que acho que fiz. Por que tenho que, para evitar o mal maior, apoiar o PT? Acho que temos de evitar o mal maior defendendo democracia, direitos humanos, liberdade, contra o racismo o tempo todo”, afirmou. “Com que autoridade moral o PT diz: ou me apoia ou é de direita? Cresçam e apareçam. A história já está dada, a minha. Não vou no embalo. Não me venham pedir posição abstratamente moral.”

Segundo o ex-presidente Fernando Henrique, o momento de agora é de “coação moral”. E desabafou: “Ah, vá para o inferno. Não preciso ser coagido moralmente por ninguém. Não estou vendendo a alma ao diabo.”

PSDB precisa ‘se repensar’

O ex-presidente comparou o desempenho do PSDB nessas eleições a um terremoto. “Nele, há escombros de muitos partidos”, disse. “Nas circunstâncias atuais, dificilmente um candidato do PSDB, fosse quem fosse, estaria isento de sofrer as consequências do terremoto. Não creio que seja o caso de culpar A, B ou C.”

Segundo Fernando Henrique, O PSDB precisa “se repensar”, se quiser ter futuro. “Depois de um terremoto, precisa reconstruir a casa. A onda conservadora é mundial”, avaliou.

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