Janaina Paschoal elogia Ciro Gomes no Twitter

  • Por Jovem Pan
  • 02/08/2018 09h01 - Atualizado em 02/08/2018 09h08
RONALDO SILVA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO "Elogiar um possível adversário? Por que não? Temos que romper essa coisa ultrapassada de timinho", escreveu Janaina

Possível vice na chapa de Jair Bolsonaro, a advogada Janaina Paschoal (PSL) elogiou o adversário e também candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT), em sua conta no Twitter, na manhã desta quinta-feira (2).

Janaína referiu-se a trecho da entrevista de Ciro dada à Globonews na noite desta quarta (1º). Foi citado que Ciro respondeu a mais de 70 processos, especialmente por injúria, difamação e danos morais. Questionado por seu temperamento, o candidato à esquerda disse que é porta-voz de uma justa indignação contra a corrupção. Ciro citou o presidente do Senado, Eunício Oliviera, e outros membros da “quadrilha que tomou conta do MDB“, dizendo ter orgulho de ter sido processado pelo presidente Michel Temer, Geddel Vieira Lima e Eduardo Cunha.

Janaína se compadeceu do sentimento de Ciro e apontou:

“Quando indagado sobre seus mais de 70 processos, Ciro disse que isso só ocorre no Brasil: o indivíduo tem coragem de apontar crimes e ilicitudes e é ele que acaba processado. Em 20 anos de advocacia, sou testemunha disso. Que país evolui assim?”, escreveu. “Bandido, sobretudo se poderoso, é cheio de honra. Hipocrisia institucionalizada!”, continuou a professora de Direito da USP e advogada que assinou o impeachment de Dilma Rousseff.

“Quanto mais honesto e frágil é o denunciante, mais o bandido o intimida. Ah, você falou? Então prove! E toma condenação! O problema é que o cidadão honesto não costuma andar com gravadores 24 horas por dia!”, indignou-se Janaina. “Regras mundiais de compliance orientam a acolher o denunciante e averiguar seus relatos. Por aqui, o pobre abre a boca e toma sindicância e processo. Ele vira réu, o culpado passa a ser tratado como vítima. Como é que se limpa um país desse?”, questionou.

“Não votaria”

Antes de expressar solidariedade ao “possível adversário”, no entanto, Janaína declarou: “não votarei e não votaria em Ciro Gomes, seja por sua longa relação com o PT, seja por ele ainda acreditar que Lula é um injustiçado”.

“Ele (Ciro) mesmo está vendo o que dá confiar em cobra”, disse Janaina.

“No entanto, sou obrigada a quebrar protocolo para elogiar o candidato Ciro por uma importante parte de sua entrevista à Globonews. Elogiar um possível adversário? Por que não? Temos que romper essa coisa ultrapassada de timinho” afirmou.

Nesta manhã, Janaina também se solidarizou com Maria Lúcia Bicudo, filha de Hélio Bicudo, que faleceu na última terça (21). E compartilhou material contra o aborto, tema que está sendo debatido no STF.

Ainda a mais cotada para a vaga na chapa de Bolsonaro, Janaina participou ao lado do deputado do lançamento de sua candidatura ao Planalto. A jurista inclusive discursou antes do candidato, mas desagradou apoiadores do militar da reserva quando defendeu a moderação e disse que defensores extremos de Bolsonaro se assemelham a petistas. Janaina também afirmou que não gostou de ter sido comparada, por Eduardo Bolsonaro, filho do candidato, ao torturador Carlos Brilhante Ustra.

Apesar do clima ruim inicial, a autora do impeachment de Dilma tem acompanhado Bolsonaro em eventos, como na entrevista do deputado ao Roda Viva.

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