JN: Alckmin relativiza Aécio e Azeredo no PSDB e faz defesa de secretário preso

  • Por Jovem Pan
  • 29/08/2018 21h10 - Atualizado em 29/08/2018 21h19
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WERTHER SANTANA/ESTADÃO CONTEÚDO "Não passamos a mão na cabeça de ninguém", declarou

O terceiro a participar da série de sabatinas promovida pelo Jornal Nacional com os candidatos à presidência nas eleições de 2018 foi Geraldo Alckmin (PSDB). Em mais uma entrevista tensa conduzida por William Bonner e Renata Vasconcellos, o tucano minimizou o envolvimento de figurões de seu partido em esquemas de corrupção, garantiu que não houve superfaturamento e nem atraso em obras do metrô e do Rodoanel de São Paulo e negou o crescente aumento de poder do PCC, facção nascida dentro estado, em todo o território nacional nos últimos anos.

“Primeiro, o Aécio (Neves) não foi condenado. Está sendo investigado e vai responder na Justiça. Não passamos a mão na cabeça de ninguém. Se errou, paga. E o (Eduardo) Azeredo está afastado há muito tempo. Ele vai sair do PSDB (…). Nós não vamos em porta de penitenciária contestar a justiça. Não transformamos réu em vítima. Não desmoralizamos instituições. O Aécio era presidente e foi afastado. O Azeredo está afastado há 10 anos. Ele vai pedir desligamento”, disse, sem explicar porque a legenda não optou pela expulsão.

Ainda dentro do tema, eles falaram sobre as denúncias feitas em cima de Laurence Casagrande, ex-presidente da Dersa e ex-secretário do governo de Alckmin, por supostos desvios em obras do Rodoanel. O entrevistado ressaltou que o colega é um trabalhador “sério e correto”, leva uma “vida simples” e está “sendo injustiçado”. E ainda fez uma provocação ao apresentador da bancada. “Eu não tenha essas suas informações. O processo corre em segredo de justiça. Mas você é mais poderoso que eu e você consegue”.

Quando o assunto mudou para segurança pública, o tucano começou com seu já conhecido discurso sobre os índices conquistados em seu governo – segundo ele, os melhores do país. Bonner e Renata, porém, interromperam para questionar como as facções continuam conseguindo comandar crimes graves de dentro das celas.

“Isso eu nego. Claro. Óbvio. Algumas coisas vão sendo repetidas e viram verdade. Não existe esse comando de dentro das cadeias. Temos controle. Temos prisão de segurança máxima antes do governo federal! Temos regime disciplinar diferenciado, isolamento absoluto. São Paulo prende. Cana dura. Eu vou mudar a lei de execuções penais, inclusive, para acabar com ‘saidinha’ e endurecer pena (…). A política de segurança da São Paulo é um exemplo. Temos os melhores polciais do Brasil”, declarou.

Por fim, os jornalistas pediram um posicionamento sobre os atrasos em entregas de obras do metrô no estado. “Com esses atrasos, você vai convencer o eleitor que vai botar a questão da mobilidade nos trilhos?”, questionaram. Neste momento, além de repetir quais trechos do Rodoanel já foram entregues, fez uma promessa para esta semana.

“Entregamos do Rodoanel o trecho oeste, sul, leste e no ano que vem terminamos de entregar 180 km de anel metropolitano. E peguei o governo com 60 estações de metrô e terminaremos o ano com 89. Em plena crise, sem um centavo de ninguém, sozinho, fizemos. Depois de amanhã, sexta-feira (31), serão inauguradas mais quatro estações: Hospital do Servidor, Hospital São Paulo, Chácara Klabin e Santa Cruz”, finalizou.

Já participaram das sabatinas Ciro Gomes (PDT) e Jair Bolsonaro (PSL).

Quem é Laurence Casagrande

Preso em junho desde junho deste ano, Casagrande é um dos principais citados em um relatório de 113 páginas escrito pela Delegacia de Repressão à Corrupção e Crimes Financeiros da PF em São Paulo. O texto aponta o envolvimento do ex-secretário de Logística e Transportes em desvios e sobrepreços de até R$ 131 milhões.

Ele foi preso no âmbito da Operação Pedra no Caminho, braço da Lava Jato em São Paulo. A investigação mira desvios em contratos do Rodoanel Trecho Norte, cujas obras foram iniciadas em 2013. A PF atribui a ele papel central no “núcleo administrativo” do grupo que teria ligação com as irregularidades.

Seu último cargo foi o de presidente Companhia Energética de São Paulo. Também passou pela Fundação Casa e a Secretaria de Segurança Pública.

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