Barbosa afasta “posições ultraliberais” e rebate crítica de falta de experiência
O ex-ministro e ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa (PSB), deu entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo na qual traça algumas linhas de eventual campanha à Presidência.
Barbosa deverá adotar uma postura econômica de centro-esquerda, apoiando a liberdade de mercado, mas defendendo um combate estatal à desigualdade.
“Não sou favorável a posições ultraliberais num país social e estruturalmente tão frágil e desequilibrado como o Brasil, com desigualdades profundas e historicamente enraizadas”, disse o ex-ministro.
“Basta um rápido olhar para o chamado Brasil profundo ou para a periferia das nossas grandes metrópoles para se convencer da inadequação à nossa ‘engenharia social’ dessas soluções meramente livrescas, puramente especulativas. Evidentemente, elas não são solução para a grande miserabilidade que é a nossa marca de origem e que nós, aparentemente, insistimos em ignorar”, afirmou ao repórter Eduardo Kattah.
“Conheço o Estado brasileiro”
O ex-ministro rebateu o argumento já levantado por adversários de que ele não tem experiência administrativa.
“Conheço muito bem o Estado brasileiro, suas virtudes, seus defeitos, visíveis ou invisíveis. Nele trabalhei desde muito jovem, nas mais diversas esferas, dos níveis mais modestos aos mais elevados”, disse o ex-ministro do Supremo, que fez carreira por quase 20 anos no Ministério Público Federal, em Brasília e no Rio, antes de ser indicado pelo ex-presidente Lula ao Supremo, onde atuou por 11 anos.
Barbosa deve destacar sua atuação no STF durante a possível campanha. Ele se colocará, além de relator do mensalão, como principal articulador da proibição das doações empresariais a campanhas.
Embora pressionado pelo PSB, Barbosa ainda não confirma a candidatura e trabalha com o tempo.
Vera Magalhães e Marco Antonio Villa repercutiram a entrevista. Veja os vídeos abaixo:
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.