Meirelles parece pré-candidato à presidência da Febraban, dizem prefeitos a Maia

  • Por Estadão Conteúdo
  • 07/02/2018 15h27
Wilson Dias/Agência Brasil Wilson Dias/Agência Brasil Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, é criticado por atender ao interesse dos grandes bancos particulares em detrimento da Caixa

Ainda sem ter anunciado a decisão sobre se será ou não pré-candidato à Presidência da República, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, parece já ter perdido palanque em alguns municípios – Palmas, no Tocantins, por exemplo. Prefeitos insatisfeitos com a decisão da Caixa Econômica Federal de suspender empréstimos a governos estaduais e prefeituras reclamaram de Meirelles ao também possível candidato à Presidência, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

“A gente vê a atitude do ministro Meirelles. Não parece que ele é possível candidato à Presidência da República, mas parece pré-candidato à presidência da Febraban (Federação Brasileira de Bancos). Ele só atende ao interesse dos grandes bancos particulares em detrimento da Caixa que faz uma operação superavitária e que a gente precisa mais do que nunca”, reclamou o presidente da Frente Nacional dos Prefeitos e prefeito de Palmas, Carlos Amastha (PSB), após reunião com Maia.

Reclamação feita, Rodrigo Maia prometeu aos prefeitos tratar do tema diretamente com o presidente da República, Michel Temer, em reunião ainda nesta quarta-feira. “Para que o presidente entenda o que aconteceu e que não existe nenhum motivo para isso”, disse Amastha que foi acompanhado de outros prefeitos. “Não é possível que processos de financiamentos já aprovados sejam suspensos por uma mudança de regra”.

Questionado sobre o eventual impacto negativo dessas medidas que prejudicaram prefeitos em eventual candidatura Meirelles, o prefeito de Palmas foi direto. “É indiscutível. É impossível se fazer política sem olhar também para os aspectos sociais e econômicos do desenvolvimento do País”, disse.

Amastha reconhece que a situação fiscal do Brasil requer medidas e afirmou que concorda com a mudança de regra de avaliação da capacidade de pagamento dos municípios adotada pelo Tesouro Nacional. “Concordamos, mas exigimos uma regra de transição”, pediu.

“Mas pior ainda é o que aconteceu com a Caixa. Não estamos falando em receber dinheiro a fundo perdido. Estamos falando em empréstimos que têm garantia e que têm o compromisso com os pagamentos”, disse. “A decisão de suspender empréstimos da Caixa demonstra total falta de sensibilidade das autoridades políticas do País.

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