‘O Bolsonaro não tem condições de presidir o país’, diz Fernando Haddad

  • 16/10/2018 15h31
Jovem Pan Para Fernando Haddad (PT), seu adversário Jair Bolsonaro (PSL) não tem condições de ser presidente do Brasil

Em entrevista ao Pânico desta terça-feira (16), o candidato à presidência da República Fernando Haddad (PT) afirmou que não acredita que seu adversário Jair Bolsonaro (PSL) tenha condições de ser o presidente do Brasil. “Eu não acho que o Bolsonaro tenha condições de presidir o país”, declarou o petista.

O candidato do PT criticou algumas posições assumidas publicamente pelo ex-capitão. “Ele fala que a ditadura torturou e não matou, que todo mundo sabe que ele é a favor da tortura e que é homofóbico”, disse. “São frases que estimulam as pessoas a cometer ações que não são desejáveis”, alertou Haddad. “As pessoas sofrem, o negro sofre, a mulher sofre, o trabalhador sofre. Você não pode falar isso.”

Para o ex-prefeito de São Paulo, Bolsonaro não pode presidir o país por causa de sua postura. “Alguém que pretende chefiar o Estado brasileiro precisa ter postura. Se você não tiver preparo, você vai quebrar o país. Eu acho que o Bolsonaro não tem estatura para ser presidente”, reforçou.

Ele ainda comparou o seu adversário a outros políticos que disputaram o primeiro turno das eleições presidenciais neste ano. “Se eu estivesse disputando com o Ciro Gomes ou o Geraldo Alckmin, não estaria dizendo isso. A Marina [Silva], o [Henrique] Meirelles e o Ciro foram meus colegas de ministério, eu dialogava com Geraldo Alckmin quando era prefeito de São Paulo e ele governador, eles têm condição [de presidir o país]”, destacou Haddad.

O petista também condenou uma das propostas atribuídas a Bolsonaro, que aumentaria o Supremo Tribunal Federal (STF) de 11 para 23 ministros, com 12 deles sendo indicados pelo futuro presidente. “Isso é uma loucura”, cravou. “Ele vai ter a maioria para governar como quiser. O STF é guardião da Constituição, ele quer fazer bancada no STF”, explicou Haddad. “Nem a ditadura militar, que ele tanto elogia, fez uma maluquice dessas.”

Segundo turno

Falando sobre os desdobramentos das eleições após a confirmação do segundo turno, Fernando Haddad comentou os recentes atos de violência ligados a eleitores de Jair Bolsonaro, mas não responsabilizou o candidato pela onda. “O Bolsonaro não é responsável por todos os atos de violência, mas ele dá um mau exemplo”, argumentou. “Não posso responsabilizá-lo por um mestre de capoeira que tomou 12 facadas, mas ele não é um bom exemplo”, disse, lembrando do assassinato do mestre de capoeira Moa do Katende, morto em Salvador após uma discussão política.

O candidato do PT ainda explicou por que o partido adotou uma nova identidade visual para a segunda etapa das eleições, trocando o vermelho pelo verde e amarelo. “Nas quatro vezes que fomos para o segundo turno, mudamos a bandeira da campanha. O segundo turno não é mais o projeto de um partido”, disse Haddad, acenando que está buscando apoios para a campanha — e aproveitando para atacar Bolsonaro mais uma vez. “Meu adversário está fazendo a mesma coisa, mas ele teve apoio do [José] Sarney e da Ku Klux Klan americana.”

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