Para economista do PT ‘teto de gastos é a destruição da constituição’
O professor da Unicamp e economista da equipe de Fernando Haddad (PT), Guilherme Mello, participou do Jornal Jovem Pan desta quarta-feira (19) e disse que uma das propostas do governo será revogar o teto de gastos instaurado pelo governo de Michel Temer.
“O teto de gastos é uma aberração internacional. Nenhum país do mundo adotou uma regra como essa, que em 20 anos vai reduzir o tamanho do Estado brasileiro até ele ficar tão pequeno que não vai conseguir oferecer saúde e educação. Na verdade, o teto de gastos não é uma emenda da constituição, é a destruição da constituição”, criticou Mello.
Para solucionar o problema, o economista pretende rediscutir a questão fiscal a partir da perspectiva da retomada do crescimento e também do controle de gastos. “Vamos usar os gastos de maneira clara, transparente e inteligente, para retomar o crescimento econômico”.
Outro ponto tocado por Mello foi o corte de investimentos. “O corte de investimento público, que está em seu menor nível, é uma decisão burra do ponto de vista econômico. Ela joga a economia para baixo, reduz empregos e, no final das contas, o que você não gastou com o investimento vai reduzir a sua receita mais do que você economizou. Você sai perdendo”.
“O povo é a solução dos nossos problemas”
Guilherme Mello também criticou a forma como Temer governou o país na econômica. “Quem vende a ideia de que se você corta gastos, corta previdência, corta direito dos trabalhadores e que isso vai melhorar a economia, está do lado do governo Temer. Está apostando na mesma estratégia do [Henrique] Meirelles”.
Para o economista, dois projetos estão em jogo nesta eleição. “O primeiro fala que o povo é o problema, então vamos cortar a educação do povo, a saúde, os direitos trabalhistas, aposentadoria do povo. E quando a gente cortar o povo, resolvemos o problema da economia. Esse é o projeto do Temer, do [Geraldo] Alckmin, do [Jair] Bolsonaro”, atacou.
“Nosso projeto é outro. O povo é a solução dos nossos problemas, porque é o povo que consome, que trabalha e produz”, disse.
Renovação no Congresso Nacional
De acordo com Guilherme Mello, a sociedade está divida por conta da crise, da recessão e do desemprego. “Eu não tenho dúvida que a população brasileira vá renovar o Congresso Nacional. A população vai ver quem apoiou Eduardo Cunha, a PEC do teto que corta gastos sociais, que aprovou a reforma trabalhista e não vão votar nessas pessoas”.
Entretanto, além da renovação, temos que olhar para a questão da institucionalidade. “Eu acredito que o programa que o Fernando Haddad está apresentando para a sociedade é um programa que não tem nada de inovador, mas vai na direção do que a sociedade quer. Quando a economia voltar a crescer, o emprego voltar a surgir, os resultados da economia vão melhorar e assim fica muito mais fácil negociar com o congresso”, finalizou.
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