Para Time, Bolsonaro ‘vai além’ do politicamente incorreto de Trump

Revista norte-americana publicou um perfil do presidenciável do PSL na edição desta semana

  • Por Jovem Pan
  • 24/08/2018 11h55
Wilson Dias/Agência Brasil O pré-candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, foi entrevistado pela revista Time

A revista norte-americana Time comparou, na edição desta semana, o candidato à presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro, com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Segundo o periódico, “Trump pode ser politicamente incorreto, mas Bolsonaro vai muito mais além”.

Assim como fez o republicano no ano passado, Bolsonaro também pretende retirar o Brasil do Acordo de Paris e enfraquecer as regulamentações ambientais. “Seus planos para impostos, comércio e desburocratização podem ter sido copiados de Trump”, escreveu a Time. Em entrevista à revista em seu gabinete em Brasília, o deputado defederal acolheu a comparação: “Eu não sou mais rico do que ele. Isso é tudo que eu não admiro”, disse.

Também fortalecem essa comparação o fato de Bolsonaro ter “um longo histórico de injúrias contra gays, minorias raciais e mulheres”. A revista relembrou o caso envolvendo a deputada federal do PT Maria do Rosário, em 2014. Na ocasião, o parlamentar afirmou em sessão no plenário da Câmara que “não a estupraria porque ela não merecia”.

A Time informa que Bolsonaro é o primeiro colado nas pesquisas de intenções de voto no cenário sem o ex-presidente Lula e que o seu crescimento se deve ao “atoleiro” político no qual o Brasil mergulhou depois dos descobrimentos da Operação Lava Jato. “Depois de passar décadas no deserto político, o candidato do Partido Social Liberal de direita esteja sendo cortejado como um personagem importante em Brasília e festejado por milhares de pessoas” por onde passa.

Mas a revista também cita que 60% dos apoiadores de Bolsonaro têm menos de 34 anos de idade, o que significa que essas pessoas não se lembram do período militar que o país viveu entre 1964 e 1985 — e do qual o deputado federal faz apologia. “Ele promove a noção revisionista de que o regilme militar do Brasil não foi uma ditadura e seguere que não houve censura substancial à imprensa”, escreveu a Time.

“Suas opiniões e suas táticas ultrajantes o sustentaram por mais de três décadas [na Câmara] e agora o levam para o cargo mais alto”, diz a revista.

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