Sâmia Bomfim: ‘A democracia está em risco com um candidato como o Jair Bolsonaro’

  • Por Jovem Pan
  • 19/10/2018 15h14
Jovem Pan Sâmia Bomfim (PSOL) atacou a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) à presidência da República

Em entrevista ao Pânico nesta sexta-feira (19), a deputada federal eleita por São Paulo Sâmia Bomfim (PSOL) falou sobre o segundo turno das eleições presidenciais. Ela declarou seu voto em Fernando Haddad (PT) para evitar um possível governo de Jair Bolsonaro (PSL). “A democracia está em risco com um candidato como o Jair Bolsonaro”, afirmou.

A parlamentar garantiu que nunca concordou com nenhuma ideia de Bolsonaro e teme um governo dele. “O Bolsonaro flerta com ideias que são muito perigosas para o Brasil”, disse. “Ele flerta diretamente com a época ditatorial, ele elogia o Coronel Brilhante Ustra, que colocava ratos nas vaginas das mulheres”, continou Sâmia. “Muita gente morreu nesse processo do país, deram a sua vida para garantir o regime democrático. Não tem a menor condição de um presidente flertar com isso.”

Para ela, a eleição do candidato do PSL pode representar a volta da ditadura. “Ele quer construir uma ditadura contra o povo, elogia os torturadores, quer acabar com o Ministério do Meio-Ambiente”, disse a vereadora de São Paulo. “O que está em jogo é a democracia ou uma ditadura”, definiu.

Sâmia vê a popularidade de Bolsonaro como uma vontade da população de tentar colocar ordem no país. “Do meu ponto de vista, o Bolsonaro não é uma alternativa”, afirmou. “Muita gente se sente segura e esperançosa, mas o Bolsonaro não vai botar ordem na casa, ele está no Congresso Nacional há anos”, explicou sua posição.

Renovação

Um dos símbolos da renovação da política, Sâmia Bomfim acredita que o modelo de fazer política no Brasil mudou. “PSDB, PMDB, PP, os caciques do Congresso, todos eles foram reprovados nessas eleições. Eles fazem parte de uma fase da política brasileira que construiu o modelo de fazer política que não cabe mais e exclui a população das decisões”, disse. “As pessoas estão apostando em novos parlamentares e partidos à esquerda e à direita.”

O modelo de fazer campanha também mudou. “Essas eleições estão sendo marcadas pela disputa no WhatsApp e nas redes sociais. Eu apareci uma vez só na TV, por 30 segundos, mas isso teve pouca importância no meu processo eleitoral”, explicou a parlamentar.

Por outro lado, o candidato do PSOL à presidência, Guilherme Boulos, também representava uma mudança e usou bem as redes sociais em sua campanha, mas teve uma votação praticamente inexpressiva. Sâmia Bomfim acredita que Boulos foi vítima de um preconceito. “Houve muito preconceito ao Boulos, principalmente pela figura dele de liderança do Movimento Sem Teto”, lamentou a futura deputada federal.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.