Troca de farpas entre candidatos é destaque no 2º debate entre presidenciáveis
O primeiro debate após o inicio oficial da campanha presidencial e segundo debate televisivo entre os candidatos à presidência da república teve algumas trocas de farpas, mas assim como o primeiro debate televisionado pela Band, foi morno na maior parte do tempo. Os candidatos preferiram um discurso cauteloso e cheio de promessas de governo do que de fato debater.
O programa começou sem o púlpito do ex-presidente Lula. Houve uma votação entre os oito candidatos presentes, pouco antes do inicio do programa, e todos votaram a favor de retirar o lugar vazio com o nome de Lula – com exceção de Guilherme Boulos do PSOL que votou a favor da permanência do simbolismo.
O debate foi dividido em 4 blocos, em grande parte dos blocos os candidatos preferiram se manter neutros, falando sobre seus planos de governo e prometendo inúmeras mudanças (vamos, iremos, teremos, nós vamos criar). Ciro Gomes e Geraldo Alckmin; Jair Bolsonaro e Cabo Daciolo representaram o momento amigos para sempre do debate. No embate entre candidatos os quatro foram os que menos debateram um com o outro e gastaram o tempo disponível para elevar a candidatura do oponente.
Jair Bolsonaro foi protagonista de dois momentos em que ficou em apuros e, literalmente, olhou para os lados pedindo ajuda. Uma delas foi quando o Jornalista Reinaldo Azevedo fez uma pergunta relacionada a dívida pública. Bolsonaro gaguejou e disse que sua equipe econômica já o alertou sobre o grande problema que pode enfrentar, mas não a respondeu, demonstrando desentendimento sobre o assunto.
Outro momento em que o candidato do PSL protagonizou foi ao lado de Henrique Meirelles. O ex-ministro da fazenda o confronta indagando sobre o fato de Bolsonaro ter dito em uma entrevista que mulher deveria ganhar menos que um homem. O deputado desmente Meirelles dizendo que nunca havia falado isso. Porém, ele disse. Em uma entrevista para a apresentadora Luciana Gimenez, na própria RedeTV, Jair Bolsonaro afirma: “Eu não empregaria com o mesmo salário. Tem muita mulher que não é competente”.
Logo em seguida, Marina Silva, tida como a candidata mais frágil da competição, sobe o tom da voz e fala à Bolsonaro que ele não sabe o que é ser uma mulher e passar as dificuldades que ela passa diariamente no Brasil. Ele, mais uma vez, não consegue olhar nos olhos da adversária e procura ajuda, acuado, nas pessoas ao lado. O auditório, que até aquele momento não havia se pronunciado, aplaude a candidata que termina seu discurso dizendo que “O estado é laico”.
Houve faíscas também entre Henrique Meirelles e Guilherme Boulos no primeiro bloco do programa. No centro do “ringue”, como o candidato Ciro Gomes se referiu ao estúdio montado na RedeTV, Meirelles disse que criou o “time dos sonhos”, em referência a sua equipe econômica, e disse que foi responsável pela recuperação do país. o candidato do PSOL rebateu dizendo que o time dos sonhos se transformou no “time dos pesadelos”. O ex-ministro da fazenda rebateu a altura afirmando que a sua equipe gerou milhares de empregos “para quem trabalha, não para quem invade terras alheias”. Guilherme Boulos é líder do Movimento de Trabalhadores Sem Teto (MTST). Mas não parou por aí, Boulos terminou dizendo ter muito orgulho de liderar o trabalhador sem teto e que anda junto com eles e junto com os sem terra também, mas que não anda junto com “sem vergonhas”.
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