Debate é marcado por ataques entre Doria, Skaf e França; Marinho e Tavares focam em Lula e Bolsonaro

  • Por Jovem Pan
  • 16/09/2018 20h19 - Atualizado em 16/09/2018 20h26
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GABRIELA BILÓ/ESTADÃO CONTEÚDO Debate foi promovido pela Rádio Jovem Pan, o jornal O Estado de São Paulo, a TV Gazeta e o Twitter

Neste domingo (16) os principais candidatos ao governo do estado de São Paulo participaram de um debate promovido pela Rádio Jovem Pan, o jornal O Estado de São Paulo, a TV Gazeta e o Twitter. Estiveram presentes Paulo Skaf (MDB), João Doria (PSDB), Márcio França (PSB), Luiz Marinho (PT), Lisete Arelaro (PSOL), Marcelo Cândido (PDT) e Rodrigo Tavares (PRTB). Como já era esperado, os destaques ficaram com os embates diretos entre os três primeiros, os melhores colocados nas pesquisas de intenção de voto. Além disso, muitos deles fizeram questão de defender os presidenciáveis de seu partido.

No primeiro bloco, em que os candidatos responderam a perguntas de outros candidatos em ordem definida previamente por sorteio, França se dirigiu a Doria para questioná-lo sobre sua proposta em relação aos precatórios e perguntou se ele sabia o valor exato das dívidas. O tucano se esquivou e afirmou que a questão merece ser resolvida sem prejuízo ao Estado.

“Quero fazer uma gestão fiscal como Geraldo Alckmin que entregou o estado no azul para você”, disse. “Precisamos de eficiência. Fazer o que você não está fazendo. Você inibiu contratos com prefeitos que não apoiavam você. Não é uma boa atitude. Falhou (…) E fazer pegadinha em debate é feio”. “Um empresário, uma pessoa importante como você, não assumiria o governo sem saber quanto é a dívida de São Paulo. É o mínimo para poder se candidatar”, ironizou França na réplica.

No segundo bloco, foram os jornalistas que fizeram questionamentos. Desta vez, houve discussão entre Doria e Skaf. Começou quando o segundo o questionou sobre sua postura de supostamente “esconder” sua relação com o presidenciável e ex-governador Alckmin. Doria negou e garantiu que o companheiro tucano é seu candidato à presidência.

“Eu nunca tive padrinhos nem parentes. Entrei na política para servir, não para ser servido. Nunca tive padrinho. Isso não dá certo”, provocou Skaf. “Você tem padrinho, sim. Michel Temer. Ele é presidente de honra de seu partido. Eu não escondo o Alckmin, falo isso com alegria no coração, não sei porque você esconde Temer”, rebateu Doria.

Luiz Marinho e Lula

Quem também fez e recebeu ataques foi Marinho. Em diversas ocasiões, o candidato elogiou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), relembrando a época em que atuou como seu ministro, e defendeu que sua prisão ocorreu por abuso de poder do Judiciário.

“Chegou hora de o PT ganhar as eleições e fazer diferença aqui. Os paulistas sabem que o PSDB está há 24 anos, antes foi igual com o MDB. Todos demonstraram retrocesso em segurança, saúde, educação e geração de empregos. Os dois partidos estão aí desde 1982 e são grandes responsáveis pelo golpe contra o povo trabalhador”, disse.

Em outra ocasião, chamou Doria de “o mais rico do pedaço” e afirmou que os responsáveis pela crise são aqueles que “sabotaram” os governos petistas, incluindo o PSDB e o MDB. “Primeiro: sou rico, sim, porque trabalhei, diferente de seu presidente que roubou e está preso em Curitiba. Vamos gerar empregos apoiando a política liberal, o oposto do seu partido, que não acredita no capital, exceto para tomar dinheiro”, disparou o tucano.

“Meu lado é dos trabalhadores. Dos movimentos sociais. Do povo que luta e rala. Se tem um condenado aqui, não sou eu. Você por sinal ficou um ano na prefeitura e ainda deu tempo para ser condenado”, alfinetou Marinho de volta.

Redrigo Tavares e Jair Bolsonaro

Tavares, por sua vez, teve que responder em diversos momentos uma série de questionamentos sobre seu apoio ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). Cândido chegou a sugerir que a chapa simpatizava com conceitos nazistas, e Lisete citou posturas supostamente machistas e preconceituosos do deputado.

“Bolsonaro é uma ameaça ao país. Ele coloca em risco nossos avanços. Negros, mulheres, indígenas… a eleição tem que ser marcada pela capacidade do país em oferecer a segurança pela qual lutamos ao longo de décadas”, disse o integrante do PDT. A do PSOL, por outro lado, ofereceu algumas de suas propostas como contraponto, destacando projetos de segurança e de crédito para mulheres empreendedoras.

“Nós significamos renovação. O povo não tolera mais essa forma de governo. Essa forma que por muitas vezes leva o povo ao erro quando pinta na TV situações que não existem. Acreditamos que é o momento de renovar. Bolsonaro no Brasil, como eu em São Paulo, nos propomos a renovar. Podemos. Não temos rabo preso. Não respondemos processo. Somos ficha limpa”, respondeu Tavares. “E dizemos não à ideologia de gênero, somos o contrário de tudo isso”, disse, arrancando risos da professora.

Os participantes responderam também questionamentos dos internautas e fizeram suas considerações finais. Todos os vídeos estão disponíveis no canal da Jovem Pan no YouTube.

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