Em SP, debate entre Doria e França reflete disputa estadual mais acirrada do país

  • Por Jovem Pan
  • 25/10/2018 23h46 - Atualizado em 26/10/2018 00h46
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Ale Frata/Estadão Conteúdo Ale Frata/Estadão Conteúdo Candidatos ao Palácio dos Bandeirantes esquentaram o último debate antes do segundo turno

No último debate antes do segundo turno, promovido pela TV Globo, os candidatos ao governo de São Paulo não pouparam ataques mútuos naquela que será a mais acirrada disputa estadual nas urnas do país. A três dias das urnas, João Doria (PSDB) e Márcio França (PSB) disputam uma corrida apertada, segundo os institutos de pesquisas, com alguma margem de vantagem para o tucano.

A ofensiva na TV começou com Márcio França. Na primeira oportunidade, ele questionou o adversário sobre o que considerou “baixa votação” na capital que Doria administrava, causada, segundo ele, pela “saída da prefeitura” — Doria deixou o cargo para concorrer ao governo. O tucano devolveu de forma assertiva: “Eu prefiro falar de propostas”. França insistiria no tema mais quatro vezes ao longo da noite, numa tentativa de colar no rival a rejeição a ele que as pesquisas apontam na capital.

Morno no início, o debate, contudo, foi esquentando à medida em que Doria passou a lembrar dos aliados do oponente, como o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) e os demais satélites eleitorais do PT .

Quando França falou sobre a inauguração de hospitais, ouviu do tucano que alguns deles “não estão funcionando em sua plenitude”.

“Não é crítica, é uma constatação”, disse o tucano. “Se não fizer [as unidades funcionarem], eu farei a partir de janeiro”, emendou.

França reagiu na fala seguinte, cutucando o adversário: “Quando você diz que já está eleito, você tira das pessoas esse direito”. Continuou: “Muita gente já antecipou, depois se estrepou.” Mais uma vez, a carta na mesa de França era a saída de Doria da prefeitura para concorrer ao Palácio dos Bandeirantes.

Em crise aberta com o PSDB e com Geraldo Alckmin, derrotado no primeiro turno à Presidência, Doria citou o ex-governador várias vezes no debate — era um aceno ao eleitorado que o colega de partido ainda detém no interior do estado. E tentou pregar no rival a pecha que estipulou como diretriz de sua campanha: “Eu quero defender São Paulo de esquerdistas como você”.

Doria também tentou colar sua imagem na do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), a quem tratou como “presidente”. E França apostou suas fichas em citar obras da atual administração estadual, algumas entregues por ele nos últimos meses — além de dezenas de outras em curso nos municípios do interior e do litoral paulista.

Pesquisa

Pesquisa Dtafolha para o governo paulista, divulgada nesta quinta-feira, indica que Doria tem 52% dos votos válidos, ante 48% de França. Ambos estariam empatados tecnicamente dentro da margem de erro, de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

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