Márcio França: Doria não tem palavra
Em entrevista a jornalistas no Palácio dos Bandeirantes, França disse que se sente contemplado como candidato de Geraldo Alckmin e que o prefeito “não tem palavra” ao se movimentar para sair da Prefeitura de São Paulo e se lançar como candidato ao governo. “Acho que o governador já fez a escolha dele quando me convidou para ser vice, ele sabia que iria sair e que ficaria no lugar dele, então de certa forma ele já escolheu quem gostaria que os paulistas tivessem como governador”, disse França.
Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, Doria afirmou que França está no campo da esquerda e sinalizou que o vice será tratado como seu adversário na disputa. O vice, por sua vez, devolveu com críticas. “Eu acho que é um discurso atrasado, mais para o passado do que para o futuro”, disse o pré-candidato do PSB. “O problema do Doria é não cumprir a palavra, ele não tem palavra. Isso inibe as pessoas de terem confiança nele”, completou. França afirmou que “não é petista, nem tucano”.
O vice de Alckmin lembrou que ajudou Doria a ser eleito na campanha à Prefeitura da capital, em 2016, e que a diferença entre os dois está justamente em “cumprir a palavra”. “Não quero dizer que ele não seja competente, ele é, mas na medida que ele não cumpre a palavra, as pessoas ficam desconfiadas e acho que isso vai ter uma consequência grande para ele”, declarou França. O vice destacou que a campanha vai ser feita “com respeito”, a Doria. “Mas não tira a marca: a palavra não cumprida”, ponderou
Doria e França disputam o apoio de Geraldo Alckmin nas eleições. O governador, pré-candidato à Presidência da República, disse nesta segunda que “estará junto” com Doria na disputa, mas não deixou de fazer agrados a França. Em discurso para os prefeitos, Alckmin disse que à reportagem estará a partir de abril nas mãos “firmes experientes e honradas” de França.
Palanque duplo
Projetando um segundo turno entre Doria e ele, Márcio França afirmou que o governador Geraldo Alckmin tentou montar um palanque único no Estado, mas não conseguiu pela insistência do PSDB em ter candidato próprio após 24 anos no comando de São Paulo.
Pretendendo ter o maior tempo de propaganda na disputa, França disse que já fechou aliança com 10 partidos: PR, PPS, PV, PHS, PSC, PROS, Avante, Solidariedade, Podemos e PPL, além de conversar com o PCdoB. Comentou ainda que um apoio do DEM “está encaminhado”, mas que partidos grandes demoram mais para ter suas definições.
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