Unidos, os partidos do “centrão” chegam para eleições com uma força jamais vista

  • 23/07/2018 09h03 - Atualizado em 23/07/2018 09h04
Agência Brasil Os partidos de pequeno e médio porte só conseguiram esse poder todo de barganha inédito na história porque decidiram se unir aconteça o que acontecer.

Os bares e os restaurantes estavam cheios para o happy hour na última sexta-feira, quando o telefone do presidente do solidariedade, Paulinho da Força, tocou. Do outro lado da linha, o candidato do PSDB à presidência da república, Geraldo Alckmin.

O ex-governador de São Paulo não se importou com o horário e ligou à noite mesmo, porque foi avisado que a tão batalhada aliança dele com o centrão poderia não ir pra frente. É que o deputado ficou muito irritado quando leu no twitter um post que o Alckmin fez na sexta-feira mesmo dizendo que “não iria revogar nenhum dos pontos da reforma trabalhista, deixando bem claro que não tem a intenção de trazer de volta a contribuição sindical.

Paulo ameaçou deixar o acordo pra lá e apoiar o PDT de Ciro Gomes que, na verdade, sempre foi a preferência dele. Ciro, aliás, também é o prefeiro pelo presidente do Partido Progressista, Ciro Nogueira, e do presidente da câmara, Rodrigo Maia.

Os três só concordaram em abrir mão e seguir a vontade do PRB e do ACM neto do DEM, quando o Valdemar Costa Neto, do PR, indicou o nome do empresário Josué Alencar para ser vice na chapa como condição.

O filho do ex-vice do lula, é visto com bons olhos pelo mercado, assim como o pai dele, José Alencar.

Os partidos de pequeno e médio porte só conseguiram esse poder todo de barganha inédito na história porque decidiram se unir aconteça o que acontecer.

Mas no mundo da política não existe almoço grátis e tudo tem um porquê.  Pra conseguir por a mão no dinheiro do fundo partidário e ter tempo de propaganda a partir do ano que vem, os partidos têm que ter ao menos um e meio por cento dos votos válidos pra câmara dos deputados nas eleições desse ano e também eleger, pelo menos, nove deputados federais.

Essas são as novas regras que já valem pra eleições de outubro agora. Por isso que o democratas, o solidariedade, o partido progressista, o PRB, o Partido da República, o PHS e o Avante decidiram formar um blocão: pra aumentar as forças e assim cumprir as regras eleitorais e não perder a grana do fundo partidário,  além de garantir um bloco que tenha o comando do legislativo, o que não é nada mau.

O acordo com o ex-governador de Geraldo Alckmin está 90% fechado, mas ainda tem os outros dez, pra caso o candidato da esquerda Ciro gomes queira oferecer mais. A moeda de troca que eles têm é tempo de TV.

Juntos, os sete partidos têm 164 cadeiras na câmara e podem oferecer três minutos adicionais em cada bloco de doze minutos e meio para quem fechar com eles. E lembrando da história recente da política, não faltaram demonstrações – como o impeachment de Dilma Rousseff, e as denúncias contra Michel Temer, de que é melhor o próximo governo fazer amigos ao invés de inimigos na câmara.

 

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