Abstracionismo do pintor russo Kandinsky chega ao Rio pela 1ª vez

  • Por Agencia EFE
  • 27/01/2015 13h08

Rio de Janeiro, 27 jan (EFE).- Em cartaz pela primeira vez fora da Europa, a exposição “Kandinsky: Tudo Começa num Ponto” chega nesta quarta-feira ao Rio de Janeiro, após passar por Brasília, trazendo um conjunto de obras do pintor russo Wassily Kandinsky que ajudam a compreender sua evolução como artista e precursor do abstracionismo.

A mostra propõe ao público um passeio pelas influências do artista nascido em Moscou em 1866. Na primeira sala, é possível conhecer os objetos com os quais teve contato numa das suas primeiras viagens pelo território e folclore do país.

São brinquedos, portas, baús e fotos que ajudam a entender como Kandinsky evoluiu ao longo da carreira. “As influências, evidentemente, aquilo que Kandinsky absorve para criar alguma coisa absolutamente nova, todo esse complexo, esse caldo cultural, estão aqui na exposição”, detalhou o diretor-geral da mostra, Rodolfo de Athayde.

“Nós vamos ter aqui uma exposição sui generis porque, como diz o subtítulo “Kandinsky: Tudo Começa num Ponto”, é uma exposição que vai às raízes da vida e da obra de Kandisnky”, explicou o diretor.

Athayde destacou ainda a presença dos objetos xamânicos, reunidos em uma das últimas salas da exposição, quando as obras de Kandinsky começam a trazer aquilo que se tornou sua marca: o abstracionismo.

“E também, por exemplo, a sua relação óbvia e também tão forte com a música”, acrescentou Athayde. “Kandinsky realmente considerava a si mesmo uma pessoa com o dom da sinestesia, de poder sentir, vamos dizer assim, sons nas cores que trabalhava, e poder através das cores também imaginar que notas poderiam corresponder”, argumentou.

Um dos espaços que mais chamam a atenção é interativo e permite ao público fazer uma imersão em um dos quadros de Kandinsky com o uso de óculos de realidade aumentada. Conforme o movimento do visitante, é possível ver o quadro se desmembrar.

Ao todo, mais de cem objetos, entre peças da cultura russa e obras de arte tanto de Kandinsky como de artistas que o influenciaram estarão expostos no centro cultural. Telas como Improvisação nº 11, de 1910, e No Branco, de 1920, são algumas das obras mais famosas do autor que poderão ser vistas na mostra.

Para trazê-las ao país, Athayde conta que foi necessária uma “complexa” negociação e uma logística “muito cara” por se tratarem de obras com um valor “extremamente” alto no mercado de arte mundial e que pertencem a coleções de “importantes” museus.

Entre essas instituições – dez museus e outras sete coleções particulares – está o Museu Estatal de São Petersburgo, que cedeu a maior parte do acervo da exposição, montada com o apoio dos curadores russos Evgenia Petrova e Joseph Kiblitsky.

“O sentido dessa exposição foi mostrar não só Kandinsky, mas o conceito em geral: os amigos dele, pessoas que o influenciaram. Então, esse foi o principal sentido da escolha das obras”, explicou Petrova, diretora científica do museu russo.

A mostra fica em cartaz no CCBB do Rio de Janeiro até o dia 30 de março, quando parte para Belo Horizonte. Até lá, o público vai poder conhecer mais sobre o advogado que decidiu se dedicar à arte e também sobre as obras do “período mais prolífico e mais interessante da criação deste grande artista”, segundo Athayde. EFE

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