Adepto da “calma canina”, escritor se inspira em cachorros para escrever segundo livro
Autor optou por imagem de divulgação com um gato para obra sobre os caninos
O Livro dos Cachorros de Luis Roberto AmabileOs cães que o escritor Luís Roberto Amabile teve ao longo da vida o inspiraram a criar sua segunda obra, o “O Livro dos Cachorros” (Editora Patuá, 130 páginas). A publicação reúne uma série de contos bem humorados sobre o cotidiano e é separado em três capítulos: “orelha em pé”, “cio” e “dentes à mostra”.
O escritor, que largou a vida de jornalista para se dedicar ao universo literário, revelou que tentou usar os atributos e qualidades dos animais na hora de escrever. “Eu não sei se eu controlo tanto o processo criativo como eu gostaria, mas tento, mais como narrador, não como autor, usar a ‘calma canina’”, disse.
No começo da publicação, o autor agradece nominalmente todos os companheiros de focinho que teve (Tobi, Quinho, Piti, Guga, Iuri e Fred Caramelo) e usa uma citação da escritora Virginia Woolf, que já narrou a sociedade inglesa a partir do ponto de vista de um cocker em “Flush”, publicado em 1933, para legitimar o trabalho.
Comédia e situações absurdas estão tão presentes nos contos que o escritor usou dos artíficios até nos detalhes. A imagem de contra-capa e divulgação é a foto de Amabile com um gato no colo. “Foi para brincar e causar um estranhamento por ser um livro que tem cachorro no nome e ser dedicado aos meus cachorros e ter uma foto minha com um gato. Foi só uma brincadeirinha”, garantiu.
Apesar de engraçado, o livro tem passagens trágicas e tristes, como do caso de uma família que morreu ao sofrer um acidente com um Passat cinza. “O escritor de alguma forma transforma experiências que ele viveu e passou. A gente pode ter lido, ouvido, realmente vivenciado e isso de alguma forma vira literatura. O Lobo Antunes, poeta português, diz que não existe imaginação, mas que existe, sim, a memória”, contou Amabile.
Ao invés de livraria, o lançamento da publicação será feito no Botequim Dalcides, em Porto Alegre – onde o autor mora – e no Canto Madalena, em São Paulo – cidade onde cresceu. “Adoro livrarias, vivo nelas e lancei meu primeiro livro de modo mais formal, mas agora eu quero levar a literatura para onde ela não vai e tirá-la um pouquinho do padrão”, disse.
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