Arqueólogos descobrem aldeia de 2,3 mil anos em estrada próxima a Jerusalém

  • Por Agencia EFE
  • 18/02/2014 11h43
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Jerusalém, 18 fev (EFE).- Arqueólogos israelenses descobriram uma pequena aldeia de 2,3 mil anos de antiguidade próximo à estrada que une Tel Aviv com Jerusalém, uma descoberta que lança novos dados sobre a vida rural durante o período do Segundo Templo.

“O assentamento rural esteve ocupado durante aproximadamente dois séculos e seus restos foram desenterrados entre agosto de 2013 e janeiro de 2014”, informou nesta terça-feira a direção israelense de Antiguidades.

A aldeia em questão, descoberta durante a construção de um novo gasoduto, se encontra nas proximidades da chamada “Estrada Burma”, uma via que foi usada em 1948 pelo Exército israelense para evitar um ataque a Jerusalém durante a primeira guerra árabe-israelense.

A nova jazida se estende por uma superfície de 750 metros quadrados, na qual apareceu o traçado de várias casas de pedra conectadas por pequenos corredores.

As casas da aldeia, que provavelmente deveriam abrigar famílias inteiras, possuem mais de um cômodo e um pátio aberto.

“Os cômodos serviam geralmente como residência e também para armazenar alimentos, enquanto as tarefas domésticas eram realizadas no exterior”, explicou Irina Zilberbod, responsável pelas escavações.

Os analistas, por enquanto, desconhecem o nome do lugar, que está a cerca de 280 metros do nível do mar, tem uma soberba vista panorâmica e deveria ser rodeado de cultivos de orquídeas e vinhedos, segundo o costume da época.

As descobertas indicam que a aldeia teve seu momento de maior florescimento no período helenístico (século III a.C.), quando o reino da Judéia ficou submetido ao império selêucida.

No entanto, segundo os arqueólogos, a aldeia acabou sendo abandonada durante a dinastia hasmonéia, que tinha expulsado os gregos durante o século II a.C.

Até o momento, os envolvidos desconhecem o motivo pelo qual ela teria sido abandonada, mas o veterano arqueólogo Yuval Baruch explica que “se trata de um fenômeno comum” na vida rural do século I a.C.

“Pode estar relacionado com os imponentes projetos de construção de Herodes em Jerusalém, em particular o do Monte do Templo, e com a emigração em massa de aldeães em direção à capital (do reino) para trabalhar nesses projetos”, acrescentou.

Entre os muros das casas, os arqueólogos também encontraram inúmeros restos de cerâmica e moedas que se remetem aos reinados do selêucida Antíoco III e do hasmoniano Alexander Jannaeus.

Devido a sua particular beleza, a direção de Antiguidades chegou a um acordo com a empresa nacional de gás para alterar o itinerário do gasoduto e preservar o entorno da aldeia como um lugar turístico. EFE

elb/fk

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