Arquitetura do futuro toma Paris na exposição “Réenchanter le monde”

  • Por Agencia EFE
  • 20/05/2014 16h54
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María Luisa Gaspar

Paris, 20 mai (EFE).- A arquitetura do futuro tomou Paris a partir desta terça-feira na exposição “Réenchanter le monde”, exploração dos novos desafios demográficos, urbanos, ecológicos, energéticos e industriais na arte da construção sustentável.

O evento reúne até 6 de outubro, na Cidade da Arquitetura e do Patrimônio, fotografias, vídeos, maquetes, documentos e elementos de inspiração dos mais de 40 arquitetos de todos os continentes que receberam o Prêmio Global de Arquitetura Sustentável desde que ele foi criado, em 2007.

Esta é uma exposição-manifesto “sobre o futuro do mundo habitado”, como concebido pelos ganhadores destes “Global Award for Sustainable Architecture”.

“Sempre tivemos a ideia de reuni-los, de construir uma relação coletiva que permitisse tomarem a palavra no debate mundial da arquitetura de hoje, diante das grandes transições em curso e da ruptura do modelo de desenvolvimento”, disse em entrevista à Agência Efe a curadora da exibição, Marie-Hélène Contal.

O arquiteto é “um ator” dessa transição, não uma simples testemunha, ressaltou a também diretora adjunta da Cidade da Arquitetura e do Patrimônio, órgão que criou o prêmio Global junto com a professora alemã Jana Revedi.

Para Marie-Hélène, a mostra “cristaliza um momento dessa tomada de consciência e desse movimento mundial, mas ainda não é o ápice”.

São trajetórias reunidas “para enfrentar transições que são todas globais” e eles estão imersos em processos de experimentação, de questionamento, que estão longe de ter terminado. “Eles sabem que não sabem, e isto os distingue de muitos de seus colegas”.

“O foco da exposição está mais com os arquitetos que fazem este caminho de aprofundamento na disciplina e que fazem em conjunto com a sociedade”, assinalou.

Aí é onde se está dando “um grande mudança entre o desenvolvimento industrial autoritário do século XX e o que poderíamos imaginar de um desenvolvimento sustentável mais participativo”, acrescentou.

Entre outros protagonistas dessa mudança citou o fundador da Agência Elementar, Alejandro Aravena, “um dos maiores arquitetos contemporâneos e uma figura típica deste Prêmio Global”, pois tem duas culturas. Ele se formou em uma excelente escola de arquitetura no Chile e também na Itália.

O trabalho dos equatorianos de Al Borde, e sua maneira “muito radical de partir da natureza mais pura” para, mediante pequenas intervenções”, transformar o arquiteto “em uma espécie de transformador social”, graças à técnica e à geometria.

Pascual Gangotena, membro dessa equipe, apresentou à Efe a Escuela Nueva Esperanza, “uma escola ativa, diferente, onde as crianças são livres e o principal professor e mestre é o mar”, em resumo, “o projeto com o qual todo mundo sonha”.

O único obstáculo, quando receberam a encomenda, foi o orçamento de US$ 200, o que fez com que fundissem seus conhecimentos com os dos moradores do lugar, pois a “única maneira de fazer arquitetura com tão pouco dinheiro era fazê-la como eles”, explicou.

Em seu trabalho, as chaves foram “a otimização dos materiais locais e principalmente as condições especificas do projeto”, destacou Gangotena, quem estimou que o Global recebido em 2013 serviu antes de tudo para Al Borde “radicalizar” seu discurso, na contínua busca por coerência.

Essa procura, por outro lado, os afasta mais do mercado, dos projetos estatais e dos imobiliários, comentou. EFE

lg/cd

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