“Artista da vagina” é detida novamente no Japão por exibir obras obscenas
Tóquio, 3 dez (EFE).- A polícia japonesa voltou a deter nesta quarta-feira a conhecida “artista da vagina” por exibir esculturas de seus órgãos genitais que poderiam ser consideradas “obscenas” pelo código penal japonês, após ser detida em julho por um delito similar.
Trata-se de Megumi Igarashi, uma artista de 42 anos residente em Tóquio, que embora assine suas obras como Rokudenashi-ko (“menina má”) foi batizada pelos meios de comunicação como “artista da vagina” por suas diversas esculturas e instalações de arte pop inspiradas nos genitais femininos.
Igarashi foi detida hoje no distrito de Setagaya junto com a proprietária de um “sex shop”, Minori Watanabe, já que ambas, supostamente, são responsáveis por distribuir “material obsceno”, segundo o jornal “Asahi”.
O estabelecimento teria exibido esculturas de gesso criadas por Igarashi e que reproduzem sua própria vagina, disseram fontes policiais ao citado jornal.
As duas detidas negaram as acusações e afirmaram que os genitais femininos “não são obscenos”, segundo a mesma fonte.
A ilustradora e escultura ganhou fama em julho quando passou uma semana detida por ter enviado dados que serviam para recriar seus genitais com uma impressora 3D, o que segundo as autoridades vulnera a lei japonesa que proíbe distribuir material “obsceno”.
Sua detenção atraiu a atenção dos meios de comunicação nacionais e internacionais, e inclusive foi objeto de um pedido através de internet, no qual mais de 21 mil pessoas reivindicaram sua libertação.
Igarashi foi libertada sob a condição de destruir os dados que tinha distribuído e as obras nas quais reproduz sua vagina.
Se for declarada culpada após a nova detenção, a acusada pode ser condenada a uma pena de até dois anos de prisão ou multa de 2,5 milhões de ienes (US$ 24,6 mil), segundo os meios de comunicação japoneses.
O código penal japonês proíbe a distribuição de materiais “obscenos”, embora não inclui uma definição exata desta categoria.
Na prática, as reproduções de genitais humanos que aparecem em meios de comunicação audiovisuais e impressos- por exemplo, na indústria pornográfica japonesa- são censuradas para evitar problemas legais. EFE
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