Caetano e Gil se reúnem com crianças judias e palestinas para apoiar diálogo
Gilberto Gil e Caetano Veloso promovem diálogo
Gilberto Gil e Caetano VelosoOs cantores brasileiros Caetano Veloso e Gilberto Gil se reunirão na segunda-feira com um grupo de crianças judias e palestinas para dar apoio ao diálogo e à tolerância, em uma iniciativa apadrinhada pelo ex-presidente israelense Shimon Peres.
A dupla visitará o Centro Peres da Paz, na cidade de Yafo, para se reunir com o ex-presidente e conhecer de perto os projetos de coexistência que são organizados no local.
Depois, os cantores oferecerão uma entrevista coletiva com os menores para “transmitir uma mensagem de apoio à coexistência e à paz”, explicou à Agência Efe uma porta-voz de Peres.
Os dois intérpretes chegaram hoje a Israel para dar um concerto na terça-feira para o qual são esperadas muitas pessoas da comunidade hispânica que vivem no país, em boa parte de origem argentina e brasileira.
O concerto será segundo o programado apesar das insistentes chamadas do movimento de Boicote, Desinvestimento e Sanções a Israel (BDS), que pediu a ambos músicos que cancelassem o show porque, a seu entender, representa um apoio à ocupação israelense dos territórios palestinos.
Em cartas enviadas em maio, o guitarrista do Pink Floyd Roger Waters, o cardeal sul-africano Desmon Tutu apontaram a admiração pelo trabalho de Caetano e Gil e do “histórico compromisso com a luta pela justiça, a liberdade e a igualdade”.
E lembraram que “o mês de julho marcará um ano do aniversário dos ataques israelenses contra Gaza durante os quais Israel matou mais de dois mil palestinos, incluídas 500 crianças”, em alusão à última ofensiva militar em Gaza.
“Mais de 100 mil pessoas permanecem sem lar por conta destes ataques”, dizia a carta do BDS que foi publicada nas redes sociais.
No entanto, e ao contrário de outros artistas que aceitaram o pedido, os dois músicos brasileiros decidiram seguir adiante com seu concerto, ao considerar que a situação no conflito palestino israelense não é “branco ou negro”.
O movimento BDS nasceu na sociedade civil palestina em 2005 como uma chamada ao boicote até que Israel “cumpra a lei internacional e os direitos palestinos” e se estendeu nos últimos anos até conseguir o desvio de fundos de consórcios israelenses relacionados com a ocupação ou o boicote a acadêmicos israelenses.
No plano artístico, alguns dos que atenderam a esta chamada são Lauryn Hill, Roger Waters, Snoop Dogg, Carlos Santana, Coldplay, Lenny Kravitz e Elvis Costello, embora também haja artistas que não consideraram apropriado adiá-lo.
Entre estes últimos estão Madonna, Rolling Stones, Maria Carey, Yellow, Bob Dylan, Leonard Cohen, Art Garfunkel, Paul Simon, Roby Williams, One Republic, Back Street Boys e Lady Gaga.
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