Catedral da música eletrônica de Berlim, Berghain completa 10 anos
María Zuil.
Berlim, 8 ago (EFE).- A famosa boate de música eletrônica Berghain, uma das mais conhecidas da capital alemã, celebra dez anos de história com uma exposição que recolhe a peculiar perspectiva deste espaço através de nove nomes das artes visuais.
Localizada em uma antiga central elétrica, Berghain é considerada pelos especialistas em música eletrônica como uma das melhores casas de techno do mundo, sendo uma parada obrigatória aos Djs mais famosos da cena nesses últimos dez anos.
O imponente espaço de aço e cimento se encontra junto à fronteira que há 25 anos dividia a cidade, o Muro de Berlim, entre os bairros alternativos de Kreuzberg (leste) e Friedrishain (oeste). Aliás, o próprio nome da casa já faz uma menção a esse fato, tendo em vista que Berghain vem da junção do “Berg” e “Hain”.
Agora, por conta da exposição, é impossível passar por sua rudimentar entrada e não pensar que, a cada fim de semana, centenas de pessoas se aglomeram em uma longa fila sem ter garantias de entrada.
Essa estrita e aleatória política de acesso, junto às sessões de música eletrônica que vão de sábado a segunda, são duas características conhecidas por qualquer berlinense, seja ele de nascimento ou de adoção.
Os azulejos partidos, as paredes e solos de cimento, assim como os gigantescos encanamentos expostos, passam quase que despercebidos neste amplo espaço com capacidade para 1.500 pessoas.
No entanto, apenas por alguns dias, o Dj não será mais o protagonista, já que as batidas aceleradas abrem espaço aos murmúrios e passos dos visitantes que chegam ao espaço para ver obras como a de Sarah Schönfeld.
Com objetivo de expor a essência da boate de maneira literal, Schönfeld recolheu algumas toalhas impregnadas pelo suor dos próprios visitantes e as pendurou na parede como parte de uma curiosa obra.
Já o artista Marc Brandeburg preferiu deixar sua marca na pele dos visitantes, estampando desenhos ambientados na temática da boate em um estande de aplicação de decalques.
As obras de Schönfeld e Brandeburg ficarão expostas neste espaço até o próximo dia 31 de agosto, junto com as peças de outros sete artistas visuais vinculados à história da boate.
No entanto, o visitante não poderá levar nada mais que suas memórias da exposição ou um dos índices vendidos na saída, tendo em vista que, mesmo na exposição, a boate não abre mão de sua política de proibir as fotos e vídeos em seu interior. Neste caso, trata-se de um emblemático lema: “o que ocorre em Berghain, fica em Berghain”. EFE
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