Cerca de 300 cinemas dos EUA projetam o polêmico filme “A Entrevista”

  • Por Agencia EFE
  • 25/12/2014 15h48

Washington, 25 dez (EFE).- Cerca de 300 cinemas independentes dos Estados Unidos estão projetando nesta quinta-feira o polêmico filme “A Entrevista”, cuja estreia em circuito oficial foi cancelada após um ataque cibernético à companhia Sony Pictures Entertainment e ameaças contra as salas que exibissem a produção.

A Sony, produtora e distribuidora do filme através de filiais, anunciou no dia 17 de dezembro o cancelamento da estreia do filme, prevista para 25 de dezembro, depois que as principais salas de cinema do país o recusaram pelo temor a um ato terrorista.

Um grupo chamado Guardiães da Paz, responsável pelo ataque realizado em 24 de novembro, advertiu que semearia o terror nos cinemas que exibissem o filme e comparou seu plano com os atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos.

No entanto, vários cinemas independentes, como o Plaza Theater de Atlanta e o Alamo Drafthouse em Dallas, anteciparam para a última terça-feira seus planos de projetar o filme.

A Sony autorizou a estreia de “A Entrevista” nesses cinemas, aos quais horas mais tarde se somaram salas independentes e menores de todo o país, inclusive The Bijou, do cineasta Michael Moore, que escreveu uma mensagem no Twitter condenando a censura.

Até 3.000 cinemas das principais cadeias do país tinham previsto exibir o filme antes de voltar atrás, em resposta às ameaças dos hackers.

O filme está agora disponível nas plataformas digitais Google Play, YouTube Movies, Xbox Vídeo, assim como no site www.seetheinterview.com.

“A Entrevista” é uma comédia de Seth Rogen e James Franco que relata um complô fictício dos Estados Unidos para assassinar o ditador norte-coreano, Kim Jong-un, que o regime de Pyongyang rotulou de “ato de guerra”.

O ataque cibernético contra a Sony, aparentemente, aconteceu como protesto contra esse filme, e os Estados Unidos acusaram a Coreia do Norte pelo atentado cibernético.

No ataque cibernético, os hackers roubaram, entre outros dados, números de identificação fiscal e relatórios médicos de mais de três mil funcionários da Sony.

Além disso, os piratas se apropriaram de cinco novos filmes da empresa, uma das gigantes da indústria cinematográfica de Hollywood, que vazaram na internet antes de seu lançamento oficial.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, elogiou na terça-feira a decisão de Sony de autorizar a projeção do filme em cinemas independentes.

“Como o presidente deixou claro, somos um país que acredita na liberdade de expressão e no direito de expressão artística”, declarou o porta-voz da Casa Branca, Eric Schultz. EFE

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