Chico Buarque chega aos 70 anos homenageado com shows, livros e filmes
Carlos A. Moreno.
Rio de Janeiro, 18 jun (EFE).- Os 70 anos de vida e os 50 anos de carreira do cantor Chico Buarque serão comemorados com shows e o lançamento de filmes e livros, mas terá no aniversariante a grande ausência, já que ele passará seu aniversário em Paris, onde decidiu se refugiar para terminar de escrever seu próximo romance.
O músico, conhecido por sua introversão, preferiu fugir da agitação do Brasil durante a Copa do Mundo e ficar dois meses na capital francesa para terminar seu quinto livro.
Chico quer entregar os originais à editora em setembro para que possa ser lançado ainda este ano como parte das comemorações pelos 70 anos do músico, que tem composições antológicas em parceria com Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Edu Lobo e Caetano Veloso.
Para que essa ausência não seja tão sentida, vários músicos programaram nesta semana shows que revisitam a obra de Chico Buarque, que incluem suas canções mais intimistas, os sambas e as letras de protesto que compôs durante a ditadura militar.
O grupo MPB-4 e as cantoras Roberta Sá e Marina de La Riva, por exemplo, farão um show no sábado em homenagem ao cantor no Teatro Castro Alves, em Salvador.
Também no sábado o cantor Carlos Navas apresentará no Memorial da América Latina de São Paulo o espetáculo “Todo sentimento”, que inclui as canções mais emblemáticas do compositor, e a banda “Seu Chico”, famosa pelas versões dançantes dos clássicos de Chico Buarque, fará show também em São Paulo.
A Rádio Nacional transmitirá na quinta-feira para todo o país três programas especiais, um pela manhã, dedicado aos sambas do cantor, um à tarde focado em seu papel como ativista político e um noturno sobre as músicas que dedicou às mulheres.
Entre as músicas que certamente não faltarão nas comemorações estão “A Rita”, “Cotidiano”, “Samba do Grande Amor”, “Anos Dourados”, “João e Maria” e “Roda Viva”, que, segundo um relatório divulgado esta semana pelo Escritório Central de Arrecadação e Distribuição de Direitos Autorais (Ecad), são suas composições mais interpretadas entre as 502 registradas no órgão.
Sua obra também será comemorada este ano com o lançamento do documentário “Chico: Artista e Tempo”, em que o diretor Miguel Faria Jr. resume a vida do compositor a partir de várias entrevistas e das imagens dos bastidores da turnê de seu último disco, de 2011.
Este ano ainda começará a ser filmado pelo diretor Lula Buarque de Hollanda, primo do compositor, o filme “Leite Derramado”, baseado no último livro lançado por Chico.
O diretor Cacá Diegues também começará a filmar este ano “O Grande Circo Místico”, baseado no espetáculo escrito em 1982 (e lançado no ano seguinte) por Chico Buarque e Edu Lobo.
Já Ruy Guerra pretende fazer uma nova montagem do espetáculo “Calabar, o Elogio da Traição”, que teve o roteiro escrito a quatro mãos pelo diretor e o artista.
Este ano também será levada ao teatro a peça “Apesar de você”, escrita por Gustavo Passo inspirado na música de uma das canções mais clássicas de Chico Buarque, uma crítica implícita e impecável à ditadura.
Igualmente será encenado este ano o musical, “Os saltimbancos”, uma das obras infantis do escritor e compositor.
Já a gravadora Universal homenageará seu contratado com o relançamento da coleção “De todas as maneiras”, que reúne os primeiros 22 discos de Chico Buarque, entre 1966 e 1986. A Universal também colocou esta semana no iTunes todo o catálogo que possui do compositor. EFE
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.