Cidade de Maria Madalena ganha força como novo destino turístico
Daniela Brik.
Magdala (Israel), 9 jul (EFE).- Magdala, a cidade onde nasceu Maria Madalena, se tornou o novo foco de atração de peregrinos na Galileia, graças a escavações arqueológicas e a um imponente centro de espiritualidade que acaba de completar um ano.
Situado as margens do Mar da Galileia, este grandioso complexo financiado por doações de todo o mundo lembrou recentemente a bênção do tabernáculo dada pelo papa Francisco durante sua visita à Terra Santa em 2014, que representou a abertura oficial da primeira fase deste ambicioso projeto.
Só nos últimos 12 meses, a antiga cidade da Madalena recebeu mais de 75 mil visitantes do mundo todo, um número nada desdenhável se for levado em conta que há outros destinos já consolidados para a peregrinação cristã, como Cafarnaum e Tabga, onde acredita-se que Jesus fez o milagre da multiplicação dos pães e peixes, embora esta última tenha sofrido recentemente atos de vandalismo e teve uma de suas partes incendiada.
“O número de visitantes não reflete a experiência que muitos nos expressam por ter experimentado o Evangelho, ter podido tocar uma casa, uma sinagoga, uma rua onde seguramente Jesus e seus discípulos caminharam”, ressaltou à Agência Efe o responsável pela iniciativa, o padre Juan Maria Solana.
Para ele, o lugar oferece a possibilidade de ver onde Maria Madalena viveu, onde possivelmente encontrou Jesus e permite perceber a vida da mulher na Igreja.
Parte de seu atrativo turístico se deve ao parque arqueológico que a Autoridade de Antiguidades de Israel está escavando há mais de cinco anos, em parceria com a arqueóloga Marcela Zapata, diretora do projeto feito pela Universidade de Anáhuac e pela Universidade Nacional Autônoma do México, graças ao trabalho de voluntários de diversos países.
A descoberta, em 2009, de uma sinagoga que remonta ao primeiro século da era cristã, ao lado de destroços de uma casa com banheiros judaicos, de um mercado de peixe e um porto, são apenas alguns exemplos da oferta turística e religiosa do complexo.
“A sinagoga e os banheiros de rituais fazem com que Magdala seja hoje a descoberta mais importante que a arqueologia bíblica fez em Israel em 50 anos”, disse Marcela à Agência Efe.
A arqueóloga mexicana realizou no último mês uma nova fase da escavação em uma área de 450 metros quadrados. Ela pretende ligar a área da sinagoga às vilas que contêm os banheiros de rituais judeus (“mikvaot”), únicos na região, já que a água vem de mananciais, o que proporciona mais pureza, segundo a “Mishná”, uma das principais obras do judaísmo.
Os arqueólogos estimam que à época de Jesus a cidade abrigava pelo menos 10 mil habitantes, o que a transforma na mais importante área e ponto de passagem de peregrinos que viajavam da Galileia rumo a Jerusalém ou Nazaré.
Uma de suas atrações é o Duc In Altum, um centro de espiritualidade que surpreende por seu projeto arquitetônico e significado, pois com um púlpito que simula a barca de Pedro e vistas ao Mar da Galileia, o edifício tem finalidade ecumênica ao receber cristãos de toda denominação e desde a inauguração já foram realizadas mais de mil celebrações religiosas e espirituais.
A previsão é de que neste mês comece a segunda fase do projeto, que incluirá a construção da casa para peregrinos, um restaurante com capacidade para 900 pessoas e o Instituto Madalena, destinado a promover a dignidade da mulher.
Para Carolina Romero, uma turista espanhola, de 36 anos, o lugar transmite paz. “É muito importante que construam um centro dedicado à mulher porque não só devemos resgatar que Jesus esteve por aqui, mas o significado de seus atos”, ressaltou.
Um destino que oferece a oportunidade de combinar atividades turísticas, educativas, culturais e religiosas neste local de encontro entre a história do judaísmo e do cristianismo. EFE
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