Cidade na Índia proíbe queima de estrume pra evitar amarelamento de Taj Mahal
Nova Délhi, 13 jan (EFE).- As autoridades de Agra, no norte da Índia, proibiram a queima de estrume de vaca, muito usado como combustível, para reduzir a poluição que amarela o mármore branco do Taj Mahal, uma das sete maravilhas do mundo.
“Um recente estudo publicado em uma revista americana indicou que, devido às partículas de carbono, o mármore branco está se tornando amarelo”, disse à agência local “PTI” um responsável pela conservação do monumento, Pradeep Bhatnagar.
Bhatnagar acrescentou que levando em conta esse estudo “proibiram o uso de esterco de vaca utilizados para cozinhar” nesta cidade do estado de Uttar Pradesh, cuja área urbana tem cerca de dois milhões de habitantes.
A queima deste combustível tradicional será punida com multa e as autoridades da cidade estimularão o uso de gás, tanto domesticamente como em veículos.
Estas partículas poluentes “não são lavadas pelas chuvas e era difícil montar andaimes ao redor do Taj Mahal para tratar os mármores quimicamente, por isso não havia outra opção além de tomar esta iniciativa”, justificou Bhatnagar.
O estudo que alertou sobre o amarelamento da pedra foi elaborado por especialistas do Instituto de Tecnologia da Geórgia e da Universidade de Wisconsin, ambos dos Estados Unidos, junto do Instituto Indiano de Tecnologia-Kanpur e do Serviço Arqueológico da Índia.
A cidade estuda proibir também a queima de carvão, outra das causas da emissão de carbono na atmosfera que rodeia o monumento Patrimônio da Umidade, já que este combustível é muito utilizado em Agra para elaborar pulseiras e cozinhar doces típicos.
O estudo apontou que 59% da descoloração é causada pelo pó, 38% pelo carbono orgânico ou marrom e 3% pelo carbono elementar ou negro.
Cerca de 700 milhões dos 1,25 bilhão de habitantes da Índia carecem de fontes de energia como eletricidade ou gás e dependem de madeira, carvão ou estrume, segundo um estudo das Nações Unidas.
O Taj Mahal, um dos monumentos mais visitados do mundo, foi objeto em 1994, 2001 e 2008 de tratamentos com um barro cuja composição se baseia em um cosmético tradicional, para evitar a mudança de cor e a perda de brilho do mármore.
O edifício foi construído por ordem do imperador mogol Shah Jahan entre 1632 e 1654 para ser o mausoléu de sua esposa favorita, Mumtaz Mahal, que morreu no parto de uma de suas filhas. EFE
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