Clooney conquista Festival de Berlim com um aventureiro antinazi

  • Por Agencia EFE
  • 08/02/2014 14h42

Gemma Casadevall.

Berlim, 8 fev (EFE).- O ator e diretor americano George Clooney conquistou totalmente neste sábado o Festival de Berlim com “Caçadores de Obras-Primas”, transformando em aventura a intervenção aliada contra o espólio nazista.

A explosão de “flashes” e cotoveladas por uma imagem de Clooney estava programada e assim foi, após a projeção de um filme 100% Hollywood, sobre uma equipe de historiadores de arte e ao mesmo tempo soldados patriotas em uma missão de resgate dos tesouros da civilização.

“Gosto de história, me interesso por arte. E tive o privilégio de estar aqui, na Alemanha. Que mais posso pedir?”, respondia Clooney, acompanhado das outras estrelas do elenco, Matt Damon, Bill Murray, John Goodman e Jean Dujardin.

Em uma entrevista coletiva abarrotada e com Murray fazendo palhaçadas ao seu lado – o mesmo que fez dias atrás, com a equipe de “The Grand Budapeste Hotel” (sem título em português), Clooney insistiu várias vezes na palavra “história”, coisa que sua produção aborda quase como lembrança.

“Caçadores de Obras-Primas” reduz à aventura o obscuro capítulo da história alemã do espólio de cinco milhões de obras de arte que eram propriedade de museus, igreja, colecionadores privados e famílias judias.

Foi um roubo organizado pelo aparelho nazista, para nutrir os fundos de museus, os cofres do Terceiro Reich e as paredes dos refeitórios militares. Décadas depois ainda não se conseguiu restituir esse completo esse tesouro aos seus legítimos proprietários, como provou a descoberta, há poucos meses, de 1.400 peças na casa de Cornelius Gürlich, em Munique, cuja existência se desconhecia.

No filme, Clooney e seu clã chegam a Normandia dias depois do histórico desembarque aliado como parte da equipe real composta por 350 homens e mulheres, com o objetivo de resgatar o que os bombardeios não destruíram e que não foi levado pelos nazistas.

Clooney é o historiador-chefe. A partir daí, passam pela tela todos os tipos possíveis, desde o velho avião escondido no celeiro à música que os netos cantam ao veterano Murray à distância.

A trilha sonora lembra deliberadamente a “A Ponte do Rio Kwai” (1957), os nazistas parecem os vilões de “Indiana Jones”, e Clooney se reserva o privilégio de alguma mensagem patriótica: nenhuma surpresa, ao contrário do impacto midiático em torno ao astro.

“Clooney vem e todos aparecem”, tinha vaticinado o diretor da Festival de Berlim, Dieter Kosslick, sobre um convidado que em edições anteriores do festival já foi aclamado, com ou sem filme na competição, e que é recebido como um velho amigo da casa. EFE

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